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 Vencendo o medo e a ansiedade (14): Descansando nos braços do Pai 

A mente ansiosa não encontra repouso, porque está sempre oscilando entre o que poderia ter sido e o que ainda será. Por não conseguir lidar apenas com os desafios do momento presente, a pessoa amedrontada sofre pelas impossibilidades do passado e pelas incógnitas do futuro. Assim estava Bárbara quando veio em busca de conselho bíblico. 

Às vezes, a ansiedade gira apenas em torno de perigos possíveis e inimigos imaginários. Outras vezes, entretanto, como em tempos de pandemia, o medo e a preocupação nascem da realidade instável em que a pessoa está inserida. Olhando as dificuldades a sua volta, Bárbara se angustiava, pensando sobre as mudanças que a crise causada pelo coronavírus poderia trazer.  

Sem fazer falsas promessas, nem desconsiderar as dificuldades a que todos estaremos sujeitos no futuro próximo, pedi à Bárbara para abrir sua Bíblia no Salmo 131. Nesse salmo, Davi fala sobre sua humildade, seu contentamento e sua confiança no SENHOR. No verso primeiro, Davi diz que a humildade do seu coração se revela na sua decisão de não almejar grandes coisas, nem de se julgar competente para lidar com coisas maravilhosas, isto é, aquilo que estava além da sua capacidade de compreender ou controlar. Quando não reconhecemos nossos limites, corremos o risco de desonrar a Deus por querer ocupar Seu lugar, achando que somos suficientemente capazes para avaliar Seus planos e caminhos. Jó, na sua angústia, agiu dessa maneira; depois, entretanto, declarou: “Na verdade, falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia” (Jó 42.3). Certo do cuidado de Deus, sem se preocupar com o futuro, Davi afirma: “Pelo contrário, fiz calar e sossegar a minha alma; como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe, como essa criança é a minha alma para comigo” (Salmo 131.2). Uma criança alimentada nos braços da mãe é a melhor representação de um coração em paz. É assim que devemos ser para com o nosso Deus.

Enquanto procuramos seguir a vida em meio ao caos da pandemia, devemos estar atentos para as lições que podemos aprender com essa difícil situação. A dificuldade que enfrentamos tem nos forçado a considerar se realmente confiamos no SENHOR e descansamos nas Suas promessas. Mudanças no estilo de vida e necessidade de se acomodar a um padrão mais modesto pode ser uma das grandes bênçãos desse tempo. Isso nos ajudará a ser mais gratos a Deus pelas pequenas coisas que são tão importantes, mas, por nos termos acostumado a elas, nem sempre damos graças. 

Para que Bárbara acalmasse seu coração, ajudei-a a considerar o que Jesus ensinou acerca da provisão do Pai celeste para com os Seus filhos. Jesus nos ajuda a vencer a ansiedade quando nos diz para observar a maneira como Deus veste lindamente os lírios dos campos e sustenta as aves do céu. Ele também diz que o nosso Pai celeste sabe até quantos cabelos temos na nossa cabeça. Jesus fala ao nosso coração, mostrando que, aquilo de que realmente precisamos, Deus suprirá. De acordo com as promessas de Deus, não nos faltará vestes, nem abrigo, nem alimento. Afinal, Davi também disse “Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão” (Salmo 37.25).

Pedi à Bárbara que meditasse no Salmo 131 e em Mateus 6:25-34. Depois de ler atentamente, ela deveria responder a seguinte pergunta: Como essas passagens me ajudam especificamente com as preocupações que me afligem?

Nesta vida, problemas e incertezas sempre teremos. Porém, se conhecemos o SENHOR e descansamos nas Suas promessas, poderemos dizer como Davi: “Deito-me e pego no sono; acordo, porque o Senhor me sustenta” (Salmos 3.5).