Vencendo o medo e a ansiedade (17): Reconhecendo seu propósito presente
Por que estou enfrentando tudo isso? Por que essa surpresa desagradável sobre a minha vida? Eu não consigo mais levar esse peso! É fácil ser enredado nesse tipo de raciocínio quando a estamos passando por provações. Em tais circunstâncias, podemos obter grande alívio quando procuramos ver nossas lutas à luz do projeto de Deus para nós. Meu desejo era que Bárbara, por um momento, parasse de olhar apenas para os embates cotidianos a fim de examinar o projeto de Deus para sua vida. Em outras palavras, por que estou aqui e qual o meu verdadeiro projeto existencial?
Gosto das palavras do apóstolo Paulo em Romanos 14:7: “Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si”. Isso mesmo! Nenhum de nós pode avaliar as situações da vida à luz dos nossos próprios sonhos e projetos. Antes de Cristo, seguimos o nosso próprio caminho tortuoso, tentando encontrar em nós mesmo o nosso ponto de referência, e, assim, fazendo de conta que, no final, ia dar certo, seguíamos, indo “… de mal a pior, enganando e sendo enganados” (2 Timóteo 3.13). Mas, uma vez sendo achados por Cristo, Ele passou a ser nosso referencial, e a vida gira em torno “d’Ele, por Ele e para Ele.” Viver de modo agradável ao SENHOR deve ser o nosso projeto de vida. As circunstâncias mudam, bem como os nossos sentimentos. Entretanto, a despeito de qualquer coisa, em tempos bons ou tempos ruins, na bênção ou na provação, nos ganhos ou nas perdas, o servo deve manter-se fiel ao seu alvo: agradar a Deus em tudo. “É Por isso”, dizia Paulo, "que também nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes, para lhe sermos agradáveis” (2Coríntios 5.9).
Quando estamos sempre fazendo perguntas em primeira pessoa, é porque o eu está tomando um proporção indevida. A questão não é por que estou assim, nem por que isso me aconteceu. A perspectiva deve ser: como posso lidar com essa situação trazendo glória a Cristo? De que maneira posso agradar a Deus, apesar da dor e da tristeza? Como essa provação se encaixa dentro do grande propósito para o qual fui comprado com o precioso sangue do Cordeiro de Deus? Em meio às provações e perseguições, sem saber, sequer, se sobreviveria ao julgamento em Roma, Paulo dizia: “ segundo a minha ardente expectativa e esperança de que em nada serei envergonhado; antes, com toda a ousadia, como sempre, também agora, será Cristo engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte. Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Filipenses 1.20–21). Ouvir tais palavras dos lábios de um servo de Deus, que se achava preso injustamente, e que sabia qual a morte era uma possiblidade real, é extremamente motivador. Eis o exemplo de um homem com abençoado e firme propósito.
Novamente, pedi a Bárbara para ler Filipenses 3:13-24. Em seguida, disse: “Bárbara, observe que Paulo decidiu esquecer o passado e apegar-se ao propósito presente que Deus tinha para Ele. Procure colocar seus dilemas dentro da visão maior de glorificar a Deus em tudo. Vire a página do passado, e volte sua atenção para fazer a vontade de Deus no presente. Além das suas circunstâncias, reconheça que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que O amam.”
Ao final, pedi a Bárbara, em oração e meditação, respondesse às seguintes perguntas: Qual o propósito da minha vida? Como as minhas provações podem contribuir para esse alvo? A resposta deveria ser escrita. E, para ajudar na tarefa, pedi que ela, nos próximos dias meditasse nos seguintes textos: Mateus 22:34-40; João 17: 1-6; 1 Coríntios 10:31; 2 Coríntios 5:6-9; Gálatas 2:19-20; Filipenses 1:12-26.
Bárbara, acima como nós, deveria lembrar-se de que, mesmo que soframos com as provações, uma vez que elas servem para nos ajudar a cumprir o propósito de Deus, devemos aceitá-las como bênçãos de Deus.
