Vencendo o medo e a ansiedade (18): Com os olhos no futuro
A visão objetiva do nosso propósito de vida é indispensável, porque nos livra de dar atenção ao que é periférico, negligenciando o que é essencial. Nossa missão deve estar diante dos nossos olhos, do contrário, vamos ficar focados nas árvores, deixando de contemplar a floresta.
Na minha avaliação, Bárbara precisava ter um firme senso de futuro e de destino. Assim, em meio às lutas e desafios, ela poderia seguir mirando um alvo glorioso. Por essa razão, uma vez mais utilizei Filipenses 3:13-14: “Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”.
Era assim que Paulo, de maneira objetiva, resumia sua missão. Aquilo que dizia respeito ao passado, ele deixava no passado. O presente servia apenas para direcioná-lo para o futuro almejado: alcançar o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. A vida de Paulo, como a nossa, era cheia de ramificações, por isso, para evitar desperdício de energia, dando atenção demasiada às coisas que menos importavam, Paulo voltava sua atenção para o que trazia a maior recompensa. Por causa desse foco definido, Paulo não dava muita atenção às perseguições trazidas por pessoas que não compartilhavam do seu propósito. Em Filipenses, capítulo 1, por exemplo, o apóstolo aos gentios comenta sobre pessoas que pregavam a Cristo por motivos errados, pensando que, desse modo fariam Paulo sofrer ainda mais. Como Paulo reagia? “Todavia, que importa? Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei” (Filipenses 1:18). A perseguição não causava sofrimento demasiado, porque, por meio dela, Cristo estava sendo engrandecido.
Olhando com atenção Filipenses 3:13, notamos que Paulo tinha um propósito bem definido, pois seguia para o alvo superior estabelecido por Deus. É interessante notar que, nesse versículo, alvo e prêmio aparecem como sinônimos. Ou seja, para Paulo, cumprir cabalmente a missão que Deus lhe confiara era, em si mesmo, sua maior recompensa.
Não havia dúvidas de que Bárbara estava sofrendo, entretanto o sofrimento aumentava pelo fato de ela deixar sua vida girar em torno dele. Bárbara precisava entender que, quando estamos enfrentando provações, nosso alvo principal não é livrar-se da dor, mas engrandecer a Cristo, apesar do que enfrentamos. O maior perigo da provação não são as dores ou as perdas, porém a possiblidade de nos fazer mover os olhos para as ondas do mar e perder a visão d’Aquele que nos chama para andar sobre o mar.
As lutas do presente, quaisquer que sejam, perdem muito do seu peso quando nosso alvo é alcançar o prêmio glorioso estabelecido por Deus. Precisamos ter como principal projeto de vida ser aprovado por Deus, sendo reconhecido por Ele como servo bom e fiel.
Desta vez, a tarefa para Bárbara era responder às seguintes perguntas: Qual é o seu maior desejo; o que você acha que, se alcançasse, sua vida seria completa? Observando o exemplo de Paulo em 2 Coríntios 12: 7-10, como suas fraquezas presentes podem torná-la mais dependente do poder de Deus? De que maneira seus alvos e sonhos combinam com o alvo de Deus para Sua vida?
Tendo a recompensa do SENHOR como nosso maior desejo, poderemos dizer como Paulo: “… também agora, será Cristo engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte. Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fp 1.20–21).