Vencendo o medo e a ansiedade (18): Porque Deus diz que é certo
As façanhas dos Estados Unidos na corrida espacial estão diretamente ligadas aos aviadores militares treinados para serem pilotos de teste. As conquistas heroicas desses guerreiros do ar se deram principalmente na década de 1950, no período pós-guerra. Na verdade, foi dentre esses pilotos que a NASA escolheu seus primeiros sete astronautas que foram chamados os “Sete de Mercúrio”. Lembrando que esses primeiros astronautas tinha como inspiração outro famoso piloto de teste que havia lutado na Segunda Guerra: Chuck Yeager, o homem que, com o X-1, um avião de pesquisa supersônico, em 1947, havia feito o histórico voo no qual quebrara a barreira do som.
Toda a nação idolatrava esses pilotos. Eram símbolo máximo de inteligência, agilidade, patriotismo e heroísmo. O que poucos sabiam, no entanto, era que a taxa de mortalidade entre esses pilotos era altíssima. Literalmente, um quarto deles morreu em missão ou em voos experimentais. Era como se houvesse um funeral a cada sete dias. Naquele tempo, os pilotos de teste recebiam baixos salários, hospedavam-se em precárias instalações militares e assistiam, a cada semana, o funeral de um dos seus pares. Diante disso, muitos perguntavam: “Então, por que continuavam nessa missão?” A resposta foi dada em um livro publicado em 1979 por Tom Wolfe cujo título era: “A Coisa Certa”. Nesse título, temos a resposta do motivo por que aqueles jovens pilotos seguiam em frente. Eram movidos por algo intangível, difícil de traduzir em palavras. Sabendo que estavam envolvidos em algo tão singular que exigia tanta coragem e habilidade que somente poucas pessoas se qualificavam, aqueles jovens se sentiam impelidos a seguir com seu propósito.
Bárbara estava enfrentando dificuldades para cumprir suas responsabilidades dadas por Deus. Ela não sentia motivação para obedecer a Palavra de Deus porque estava desanimada demais para entender o valor da obediência. Na sua fraqueza, ela havia se esquecido de que o SENHOR a chamara para uma gloriosa missão: fazer Sua glória resplandecer por meio dela, de modo que as pessoas pudessem ver suas boas obras e glorificar ao nosso Pai que está nos Céus, como Jesus declarou em Mateus 5:16.
Nossa conversa gerou a oportunidade para Bárbara considerar novamente o valor de seguir o propósito de Deus. Não precisamos ser astronautas para sermos impulsionados a correr riscos por causa de um grande projeto. Como servos de Deus, o projeto de engrandecer Seu nome e manifestar Sua glória são muito mais importantes do que viajar em órbita da Terra. Como aconteceu com os pilotos americanos, existem riscos na missão que Deus nos dá, porém vale a pena seguir em frente. O dever de perdoar, por exemplo, muitas vezes é uma tarefa que nos assusta, da qual preferíamos nos esquivar. Lembrando-nos das dores e feridas sofridas, perguntamos: “E se acontece de novo? E se a pessoa não estiver sendo sincera no seu arrependimento? E se eu estiver sendo enganado?” Ninguém que foi nocauteado pela ingratidão, desprezo ou rejeição está livre desses questionamentos. E ninguém, em nome da espiritualidade, pode nos recriminar por, vez ou outra, tais pensamentos rondarem nossa cabeça. Entretanto, quando reconhecemos que, em tudo, devemos viver a serviço do Mestre, o senso de obediência, dever, responsabilidade e propósito superam todos os riscos, e nos apresentamos a Cristo com as palavras do profeta Isaías: “Eis-me aqui, envia-me a mim.”
Então, eu disse à Bárbara: “Não obedeça a Deus porque é fácil, nem porque você consegue ver resultados imediatos. Faça porque Deus diz que é certo. Isso nos basta.”