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Vencendo o medo e a ansiedade (21): A vida completa em Cristo

Hagia Sophia é um famoso e impressionante museu religioso que se encontra na cidade de Istambul, antiga Constantinopla. Antes de ser transformado em museu, esse extraordinário edifício que, na antiguidade, foi uma das sete maravilhas do mundo, era uma importante igreja cristã conhecida com a “Igreja do Logos”. 

A palavra grega “logos” recebe grande destaque no evangelho escrito pelo apóstolo João, que foi o líder nas igrejas cristã que havia na Ásia Menor, atual Turquia. O termo “logos”, bastante usado na filosofia grega, tem um significado importante. Quando os filósofos se referiam ao “logos,” tinham em mente a ideia de princípio fundamental da razão, aquilo que dá sentido a toda realidade, o ponto de integração de tudo que é verdadeiro e significativo. Heráclito definia o “logos” como o princípio que controla o Universo ou como a alma do mundo. 

Sabendo a importância do “logos” para a mentalidade da época e reconhecendo que os filósofos, ao se referirem ao “logos”, estavam tateando em busca do Deus verdadeiro, que, para eles, era o Deus Desconhecido, João viu, nesse conceito, um excelente ponto de contato para ajudar as pessoas a conhecerem a Jesus Cristo, o Logos eterno que estava com Deus e que compartilha com o Pai a natureza divina. Em nossas modernas versões da Bíblia, o termo Logos é traduzido com “Verbo” ou “Palavra”. Assim, João abre seu evangelho, dizendo: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João 1.1).

O princípio ou ponto de integração da realidade, aquilo que dá significado à existência, era disso que Bárbara precisava na crise que sua alma estava enfrentando. Ela não sabia explicar exatamente como estava se sentindo. Era difícil achar palavras que representassem bem seu mundo interior. Porém, sempre que tentava descrever em linhas gerais sua condição, ela falava acerca de um enorme vazio interior, uma completa falta de sentido para a vida. Na realidade, o vazio que Bárbara sentia é uma característica bastante comum em pessoas deprimidas. A depressão tira o brilho dos olhos e a motivação do coração. É como se tudo perdesse a graça, e a existência entrasse em um terrível processo de desintegração. Para pessoas nessa condição, nada como trazer à memória as palavras de Jesus, o Logos de Deus em João 10:10: “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.”  

Não importa quantas vezes a pessoa tenha ouvido o evangelho e quanto conhecimento prévio tenha das Escrituras. Quando a alma está imersa na dor emocional, a memória tem dificuldade em acessar as verdades mais básicas. Por isso, resolvi enfatizar a verdade bíblica acerca da pessoa de Cristo, o Logos de Deus, acerca de quem Paulo afirma: “Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste” (Colossenses 1.15–17). Bárbara precisava manter esses versículos vivos em sua memória. Ela precisava ser lembrada do fato de que seu corpo, sua mente, suas emoções e toda sua existência eram mantidos por Cristo. Ele é o nosso Criador, bem como o nosso Sustentador. Nele, tudo subsiste… ela estava segura nas mãos do Salvador.  

  Para alimentar sua mente com as confortantes verdades acerca de quem é Jesus, pedi que Bárbara iniciasse a leitura do Evangelho de João, um capítulo por dia. Enquanto lesse, ela deveria observar tudo que o texto revela sobre a natureza de Jesus, sobre Seu poder sobre as doenças, as forças da natureza, as forças humanas e a morte. Além disso, depois de cada capítulo, ela deveria responder a seguinte pergunta: O que esse capítulo diz acerca do poder de Jesus para me sustentar na minha crise? Conhecendo a Cristo, Bárbara poderia livrar-se da força desintegradora da depressão ou de qualquer outra forma de ameaça.