Listen

Description

Vencendo o medo e a ansiedade (24): Selecionando informações

O celular de Bárbara se tornara seu inimigo. A enxurrada de mensagens, especialmente de más notícias, não a deixava em paz. Ficar informado em tempo real da situação do mundo pode nos causar grandes males. A mente e as emoções de Bárbara seguiam as contradições dos noticiários e as tramas das inúmeras mensagens manipuladoras. Bárbara estava apavorada, chegando a ficar ansiosa só em ver o aviso de que recebera mais uma mensagem.

O mal pode nos neutralizar pela falta ou pelo excesso de alguma coisa. Nos últimos dias, isso tem acontecido pelo excesso de informação. Antes de podermos processar o que lemos ou ouvimos, já notamos que várias outras mensagens estão na espreita, enfileiradas, esperando uma oportunidade para capturar nosso coração. Bárbara estava sendo vítima dessa estratégia maligna e afundava com o peso excessivo da comunicação do mal. Vendo sua luta, abri minha Bíblia em Isaías 33, um capítulo em que o SENHOR Deus fala sobre a aflição e o livramento do Seu povo. Li o versículo 14, onde pecadores perguntam quem poderá resistir ao terrível juízo de Deus. No versículo seguinte, temos a seguinte resposta: “O que anda em justiça e fala o que é reto; o que despreza o ganho de opressão; o que, com um gesto de mãos, recusa aceitar suborno; o que tapa os ouvidos, para não ouvir falar de homicídios, e fecha os olhos, para não ver o mal” (Isaías 33.15).

Chamei a atenção de Bárbara para a mensagem do verso 15, onde aprendemos o quão necessário é que fechemos a mão para o suborno, tapemos os ouvidos para não ouvir falar de homicídios e fechemos os olhos para não ver o mal. Desonestidade, manipulação, suborno, assassinato e malignidade são forças que movem, em grande parte, a máquina da comunicação social. Em muitos casos, chegam em doses homeopáticas, contudo, como dizem as Escrituras, “Um pouco de fermento leveda toda a massa” (Gálatas 5.9). Imagine como não deve ficar “fermentado" o nosso celular quando caímos na armadilha de estar recebendo e repassando mensagens cujas informações não podem ser atestadas pelo crivo da verdade.

Meu conselho para Bárbara foi um tempo de afastamento de alguns aplicativos e de vários grupos da mídia eletrônica. Era evidente que o engajamento midiático a estava fazendo tropeçar. Nesse caso, vale lembrar a advertência do SENHOR Jesus: “Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno” (Mateus 5.29). Em aconselhamento bíblico, tal prática é o que chamamos de “amputação radical”.

Chegara a hora de Bárbara tomar uma posição séria para iniciar o processo de “desintoxicação eletrônica”. Para isso, a primeira providência era sair de grupos que não fossem absolutamente essenciais e abençoadores. Nesse mesmo sentido, deveria tomar a decisão de não

 ficar assistindo noticiários na televisão. Também deveria marcar momentos específicos para ler e responder mensagens, sendo cuidadosa para não permitir que o celular se tornasse a chave para abrir e fechar seu dia. Infelizmente, fomos condicionados a pensar que não podemos sobreviver sem um smartphone com um bom pacote de dados. Isso não é verdade. A tecnologia não é má em si, entretanto pode tornar-se um instrumento maligno para nos distrair da missão que Deus tem para nós.

“Bárbara, não esqueça que os aparelhos eletrônicos têm os botões de ligar e desligar. Faça bom uso deles. Se, mesmo tomando medidas restritivas, você ainda não conseguir libertar-se das amarras da mídia, então, dê um passo além e aplique a técnica da amputação radical, que seria mais ou menos assim: se o teu celular te faz tropeçar, desligue-o e o lance para longe de ti.” A verdade de Cristo nos liberta, não sejamos escravos da mídia.