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Até que a morte nos separe (1): Revendo conceitos, enfrentando crises

Depois de alguns dias desde nossa última conversa, recebi uma ligação da Bárbara. Pessoalmente, ela seguia bem, mas havia um dilema que, agora, causava-lhe preocupação: “Pastor, não tem sido fácil a convivência com meu esposo. Faz tempo que sofro com sua frieza e distanciamento. Confesso que eu também tenho me distanciado e já começo a pensar que a separação poderia ser a melhor saída para nós dois. Tenho a impressão de que o amor acabou, e, sem amor, não tem como seguir. Será que deveríamos insistir? Não estamos sendo felizes um ao lado do outro. Estou confusa. Preciso de conselho bíblico. Podemos conversar?”

Ao ouvir acerca da crise conjugal que Bárbara estava enfrentando, observei várias coisas que precisavam ser ajustadas. Infelizmente, os conceitos de Bárbara estavam destoando do ensino das Escrituras. Quando decidimos seguir o caminho do discipulado de Cristo, nenhum aspecto da vida fica fora do nosso compromisso. A condição do SENHOR para quem deseja ser um discípulo é clara, pois Cristo dizia a todos: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (Lucas 9.23). A condição de um discípulo é absolutamente inclusiva, visto que demanda morrer para si mesmo e viver para Cristo. Bárbara não estava avaliando seu casamento pela ótica das Escrituras. Quem segue a Cristo se submete à Sua vontade quanto à maneira como pensa e vive o casamento. Bárbara e Pedro precisavam rever seus conceitos.

Ali se iniciava uma caminhada que, com a ajuda de Deus, poderia resultar em enormes bênçãos para o casal, a família, a igreja e a sociedade em geral. Tínhamos muito a percorrer, porém, visto que era a esposa que estava pedindo ajuda – como geralmente ocorre – aproveitei para renovar a esperança de Bárbara quanto à possiblidade de vencer a crise conjugal. O segredo estava na sua disposição de tomar o remédio que a Palavra de Deus oferece. Nem sempre é fácil e, em muitos casos, será bastante amargo. É preciso obedecer ao SENHOR mesmo sem querer. O discípulo de Cristo não obedece somente quando gosta. O dever está acima do desejo pessoal. Isso não significa que o caminho que o SENHOR propõe é sempre uma tarefa desagradável. Quando resolvemos fazer o que Deus manda, Ele muda nossas emoções e nos dá prazer em agradá-l’O. 

Nesse primeiro momento, pedi que Bárbara meditasse em Provérbios 14:1, onde está escrito: “A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata, com as próprias mãos, a derriba.” “Bárbara”, falei, “veja esse provérbio como um estímulo de Deus para que você lute pelo seu casamento. Salomão também diz: “Com a sabedoria edifica-se a casa, e com a inteligência ela se firma” (Provérbios 24.3). Desde que o temor do SENHOR é o princípio da sabedoria, e você teme a Deus, a possiblidade de vencer a crise é grande. Não desista.”

Antes de terminar, deixei-lhe as seguintes tarefas: primeiro, ela deveria memorizar Provérbios 14:1 e 24:3; segundo, até o dia seguinte, deveria ter um tempo de oração, pedindo ao SENHOR que lhe desse discernimento para reconhecer, em si mesma, aquilo que deveria ser eliminado ou acrescentado, de modo que pudesse agir como uma esposa sábia, que edifica sua casa. E concluí, dizendo: “por enquanto, esqueça o outro. Faça a sua parte.”