Até que a morte nos separe (8): A enganosa sabedoria do mundo
Há pouco tempo, os diversos canais de comunicação da mídia eletrônica noticiaram a história do romance, casamento e divórcio de um casal famoso. Para impressionar os fãs e notabilizar o suposto amor que tinham um pelo outro, o casal planejou o “casamento dos séculos”. Fizeram uma festa extravagante na qual empregaram uma significativa quantia em dinheiro. Depois de poucos meses, o casal voltou aos palcos eletrônicos para comunicar que estavam se divorciando, tendo todo o cuidado de glamorizar também esse triste ato. Apoiados nas razões dos seus corações egoístas, procuraram convencer os fãs de que divórcio não é um fim de mundo. Pelo contrário, deve ser visto como uma possiblidade acessível e aconselhável para um casal que, por alguma razão, chega à conclusão de que a união sofre por causa da incompatibilidade. Em tempos passados, o casamento ideal era representado em histórias que falavam de um casal que, depois do casamento, “viveram felizes para sempre”. Atualmente, a breve história de muitos casamentos termina assim: “Descobriram que não eram compatíveis, divorciaram-se e viveram felizes para sempre.”
É uma pena que os influenciadores ou formadores de opinião, em geral, não sejam bons exemplos para aqueles a quem procuram influenciar. E, como o adorador sempre se tornará semelhante ao ser adorado, os famosos, via de regra, conseguem uma multidão de seguidores que se tornarão réplicas multiplicadoras dos seus pecados. É como lemos em Romanos 1:32: “Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem.”
Quando Pedro e Bárbara, inicialmente, vieram em busca de ajuda, mais de uma vez falaram acerca do divórcio como se fosse uma boa saída para resolver seus problemas. Para ajudá-los a ter uma visão adequada desse assunto, e não seguirem o exemplo de muitos casais modernos, convidei-os a considerarem o ensino de Jesus sobre divórcio e casamento. Em certa ocasião, alguns fariseus se aproximaram querendo testar o SENHOR com perguntas acerca da maneira como Ele entendia a dissolução do compromisso matrimonial. Ao ouvirem que Jesus defendeu a indissolubilidade do casamento com base na história da criação registrada por Moisés no livro de Gênesis, os fariseus replicaram: “Por que mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar?” A isso, Jesus respondeu: “Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio” (Mateus 19:8). Há muito que se aprender com essas palavras, porém, por enquanto, observemos que o divórcio, mesmo quando permitido no Pentateuco, nunca era visto como a primeira e inescapável escolha de um coração que estava querendo agradar a Deus. Na verdade, como Jesus afirmou, o divórcio está mais ligado à dureza de coração do que à submissão à vontade de Deus.
Um casal que teme ao SENHOR deve excluir o divórcio da sua lista de possibilidades. Não é que estejam absolutamente isentos de passar pela dor de um divórcio, pois, na Escritura, encontramos essa possiblidade ligada a situações limitadas e extremas. Mesmo assim, antes de procurar se abrigar em concessões, o casal deve lutar para seguir o ideal de Deus. Divórcio combina com dureza de coração; perdão e reconciliação combinam com obediência e submissão ao SENHOR, e isso é oposto à doutrina destrutiva que chega a nós por meio da enganosa sabedoria do mundo.
Para ter certeza de que estávamos seguindo no mesmo rumo, pedi ao casal para rever seus conceitos acerca da aliança conjugal, recordando, por escrito, o compromisso que haviam feito por ocasião do casamento. Ou seja, era preciso confirmar que o “sim” continuava com o mesmo significado.