Até que a morte nos separe (11): Quando o casamento chega ao fundo do poço
A descida ao fundo do poço sempre será marcada por dor e tristeza. Não tem como ser diferente! Por outro lado, quando atingimos esse ponto, não há como avançar no movimento descendente. O pior já aconteceu… chegamos ao ponto mais baixo possível. Só existe uma direção em que poderemos nos movimentar: para cima.
Bárbara estava muito emocionada. Depois de alguns instantes, ela falou o que eu já suspeitava: “Meu marido me traiu. Antes eu tinha suspeita; agora, tenho fatos. É muita dor e destruição… são duas famílias desfeitas”. Era difícil descrever a dor da esposa e a vergonha do marido. Como seria bom se nunca tivéssemos que testemunhar momentos assim. Infelizmente, tal possiblidade não é plausível, pois, desde que Adão caiu em pecado, a morte, em todas as suas diferentes apresentações, espalhou-se na criação de Deus, atingindo até a própria natureza, “porquanto” diz Salomão, “é grande o mal que pesa sobre o homem.” (Eclesiastes 8:6).
Entretanto, como lemos em Romanos 5:20, “onde abundou o pecado, superabundou a graça.” Ou seja, a graça de Deus é o antídoto que nos livra do peso, da culpa e da destruição do pecado, independentemente da natureza, profundidade e impacto negativo das nossas transgressões. Portanto, sempre existe esperança, pois a maravilhosa graça do SENHOR está sempre ao nosso dispor quando decidimos seguir pelo caminho da obediência.
Voltei-me para Pedro e perguntei: “Você gostaria de dizer alguma coisa?” Bastante desconcertado, ele disse: “Estou muito triste e envergonhado com tudo isso. Nunca pensei que poderia cair nesse abismo. Causei um grande mal para muita gente… infelizmente, acho que não tem mais como evitar o pior. Causa-me muita tristeza ver que não há mais esperança para o nosso casamento”.
Não tinha como seguir nossa conversa sem reafirmar a realidade da esperança que Deus nos oferece na Sua Palavra. Por motivos diferentes, ambos, Pedro e Bárbara, estavam no fundo do poço. Havia apenas duas opções: ficar estagnados nas trevas, imersos na dor e na amargura, ou levantar os olhos, tirar forças da fraqueza e considerar a possiblidade de uma nova história com a ajuda de Deus. Por onde começar? Primeiro, devemos clamar ao SENHOR, lembrando-nos das palavras do salmista que disse: “Das profundezas clamo a ti, Senhor. Escuta, Senhor, a minha voz; estejam alertas os teus ouvidos às minhas súplicas” (Salmos 130:1–2). O Salmo 130 foi escrito para ajudar o povo de Deus a recordar a graça, a compaixão e a misericórdia de Deus. Não importa quão desesperadora seja nossa situação devida ao pecado. Do mais profundo abismo, Deus nos ouve e nos restaura, pois “É ele quem redime a Israel de todas as suas iniquidades” (Salmos 130:8).
Estávamos iniciando uma longa jornada, porém tudo ia depender se o casal estava disposto a dar o primeiro passo, acreditando que, com Deus, nada é impossível.
Pedi que os dois estudassem cuidadosamente os Salmos 40 e 132. Não seria apenas fazer uma leitura desses salmos, mas estudar, buscando entendimento aprofundado por meio do auxílio de uma Bíblia com notas ou usando outras fontes de pesquisa. Também deveriam fazer uma lista daquilo que tinha sido perdido por causa do adultério, pedindo ao SENHOR que lhes ajudasse a restaurar cada aspecto do relacionamento. Finalmente, iriam responder à seguinte pergunta: Como o ensino dos Salmos 40 e 132 me ajuda a ganhar esperança?
Não devemos nos esquecer de Mateus 19:26 , que diz: “Jesus, fitando neles o olhar, disse-lhes: Isto é impossível aos homens, mas para Deus tudo é possível.” Existe esperança!