Até que a morte nos separe (17): Os frutos do arrependimento
Bárbara sabia que, se houvesse arrependimento, a restauração seria uma real possibilidade. Apesar da dor, ela gostaria que isso acontecesse. A única preocupação era o risco de o arrependimento ser apenas aparente, simplesmente para amenizar as consequências do pecado. Se fosse assim, mais cedo ou mais tarde, era possível que ela tivesse que passar pelo mesmo problema.
No meu livro “Desejo Dominado”, escrito sob a convicção de que, mediante a obediência a Deus, podemos lograr êxito na luta contra o pecado, tenho alguns capítulos acerca do arrependimento. No capítulo 21 cujo título é O Caminho do Arrependimento, escrevi que o verdadeiro arrependimento tem, pelo menos, três componentes básicos: tristeza pelo pecado cometido, confissão de culpa e mudança de vida.
Quando falo acerca da tristeza pelo pecado, estou pensando no que o apóstolo Paulo escreveu em 2Coríntios 7:10: “Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte.” Nesse versículo, Paulo fala de duas tristezas relacionadas ao pecado. A primeira é a tristeza “segundo Deus”, isto é, o abatimento que vem por considerarmos o pecado da maneira como Deus o faz. Essa tristeza que é a semente do verdadeiro arrependimento, embora cause desconforto, não resultará no pesar excessivo que esmaga um pecador impenitente.
A segunda tristeza, a que Paulo se refere em 2Coríntios 7:10, é a “tristeza do mundo”. Diferente da tristeza segundo Deus, a tristeza do mundo não produz arrependimento, mas remorso, como aconteceu com Judas Iscariotes. Nesse caso, a pessoa não sofre por ter desobedecido a Deus, mas por ter sido descoberto e ter que lidar com os frutos do pecado. É uma tristeza egoísta que gira em torno do próprio pecador e não leva em conta a Pessoa nem a Palavra de Deus. Seu resultado será morte porque, quando estamos entristecidos apenas com os efeitos do pecado, focamos somente nos sintomas, sem considerar a raiz do pecado. Tal expediente, fatalmente, levará à destruição que é fruto da transgressão.
Quando terminei, Bárbara perguntou: “E como saber se a tristeza de uma pessoa que se diz arrependida é a tristeza segundo Deus ou apenas a tristeza do mundo”? Respondi: “Podemos observar os dois outros aspectos do arrependimento: a confissão de culpa e a mudança de vida. Por esses meios, temos evidências externas do que está acontecendo no coração. Bárbara, vamos ter oportunidade de falar acerca disso, porém, por enquanto, gostaria que você fizesse o propósito de orar por seu esposo, pedindo a Deus que ele seja agraciado com o verdadeiro arrependimento. Faça isso levando em conta o que está escrito em Romanos 2:4, onde Paulo diz que a bondade de Deus é que nos conduz ao arrependimento”.
Em Lucas 15:7, Jesus disse: “Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.” A tristeza do pecado é vencida pela alegria do arrependimento. Oremos e esperemos por isso!