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Até que a morte nos separe (18): O processo do arrependimento 

João, o batizador, precursor de Cristo, dizia aos judeus que o procuravam para serem batizados: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão” (Lucas 3:8). Os judeus se consideravam seguros espiritualmente por estarem geneticamente ligados a Abraão. Contudo, de acordo com João Batista, o mais importante era que eles demonstrassem seu arrependimento por meio de uma vida transformada. 

Onde existe verdadeiro arrependimento, sempre haverá verdadeiras mudanças. Essa é a razão por que a mudança de vida serve como indicador do arrependimento. Um pecador arrependido, necessariamente, será conhecido pelos “frutos dignos de arrependimento”, pois, no próprio conceito de arrependimento, está pressuposto que assim o será. Literalmente, o vocábulo arrependimento significa “mudança de mente”. Esse significado pode ser observado nos dois elementos que compõem esse termo na língua original do Novo Testamento. 

O conceito bíblico de arrependimento pode ser representado graficamente pela cena de alguém mudando de direção enquanto caminha. A pessoa está seguindo em certo rumo até que reconhece seu engano, dá meia-volta e passa a andar em sentido oposto. Arrependimento é sinônimo de mudança de mente que, necessariamente, leva à mudança em outras áreas da vida. A pessoa arrependida aborrece o que amava e ama o que aborrecia. 

Além disso, outra indicação de arrependimento é a disposição de confessar o pecado sem desculpas. Um bom exemplo disso é o rei Davi após seu adultério com Bate-Seba. Cerca de um ano após o pecado, Deus enviou o profeta Natã para confrontar Davi. Na ocasião, tão logo entendeu a mensagem do profeta, a reação de Davi foi: “Pequei contra o Senhor” (2Samuel 12.13). Além de reconhecer prontamente seu pecado, Davi admite que, antes de tudo, seu pecado foi uma ofensa contra o SENHOR.

Como não temos acesso fácil ao coração de uma pessoa, pode ser que sejamos enganados por alguém que, tendo pecado contra nós, para livrar-se das consequências do seu erro, diz exatamente o que queremos ouvir, embora não esteja sendo sincero. A esse respeito, devemos nos lembrar de que Deus, na Sua bondade, é capaz de trazer à luz aquilo que está oculto aos nossos olhos. Jesus disse: “Portanto, não os temais; pois nada há encoberto, que não venha a ser revelado; nem oculto, que não venha a ser conhecido” (Mateus 10.26).

Para ajudar Bárbara a agir corretamente, disse-lhe: “É melhor sermos enganados do que viver desconfiando. Se não temos evidências contrárias, o melhor que fazemos é acreditar que a outra pessoa está realmente arrependida, confiando que Deus nos protegerá se estivermos sendo iludidos”. 

Apesar das nossas lutas internas, quando alguém se diz arrependido, devemos seguir pelo caminho do amor que “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Coríntios 13.7). Nosso dever é obedecer a Deus e deixar os resultados com Ele.