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Até que a morte nos separe (19): Misericórdia mediante arrependimento

O profeta Ezequiel foi vocacionado como mensageiro de Deus durante o exílio de Israel na Babilônia. Mesmo sob o juízo de Deus, o povo continuava na prática da idolatria, provocando o SENHOR à ira. Entretanto, apesar da persistente rebeldia dos israelitas, Deus mostra Sua compaixão, apelando ao povo para que retorne ao bom caminho. Assim, no livro de Ezequiel, está escrito: “Dize-lhes: Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que haveis de morrer, ó casa de Israel?” (Ez 33.11). Embora sofrendo com o desprezo do Seu povo, Deus apela a Israel para que se arrependa e receba o perdão. Deu age dessa maneira porque o verdadeiro amor “é paciente, é benigno… tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Co 13.4,7). 

Resolvi falar com Bárbara sobre a misericórdia de Deus porque muitos acreditam que a oferta de perdão tem limite. Dependendo do tipo de pecado, alguns sugerem que a pessoa ofendida conserve para si o direito de não conceder perdão. No caso de adultério, há quem defenda que o ofensor, mesmo arrependido, não seja perdoado, porém receba a merecida compensação pelo pecado que praticou.

A Bíblia nos ordena: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave” (Efésios 5.1-2). Por causa da Sua misericórdia, Deus não deixa que Seus filhos recebam o juízo que merecem. Ao contrário, Ele entregou o Seu Filho para morrer em nosso lugar, o Qual se ofereceu como sacrifício ao Pai, a fim de que pudéssemos ser livres da condenação eterna. Tudo por iniciativa divina, pois Ele nos amou primeiro. Se quisermos imitar o nosso Pai do Céu, jamais poderemos negar misericórdia para com um pecador arrependido.  

  Por causa do adultério do esposo, Bárbara estava recebendo todo tipo de conselho. Alguns, ignorantemente, ostentando um padrão de justiça mais elevado do que o do próprio Deus, sugeriam que ela partisse para o divórcio, pois era isso que Pedro merecia. Felizmente, Bárbara, sendo uma serva de Deus, alvo da misericórdia divina, estava inclinada a agradar a Deus e não aos homens. 

Bárbara estava travando uma luta ferrenha com os seus próprios pensamentos, por isso lhe disse: “Bárbara, devido ao impacto do pecado, é possível que seus pensamentos a mantenham presa ao pecado de Pedro. Para lutar contra esse tipo de pensamento, cada vez que as lembranças voltarem, pare e medite na cruz de Cristo, considerando tudo o que Cristo sofreu por nós no Calvário. É impossível que alguém nos fira na mesma medida com que ferimos a Cristo. Então, faça o seguinte: cada vez que a lembrança da dor voltar, pare e leia Isaías 53. Em seguida, cante, mesmo que seja mentalmente, o refrão do velho hino que diz: ‘Foi na cruz, foi na cruz / Onde um dia eu vi meus pecados castigados em Jesus. / Foi ali, pela fé, que meu olhos abri / E eu agora me alegro em Sua luz’.”

Antes de terminar nosso tempo, pedi que Bárbara lesse Salmos 103: 10-12, que diz: “Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui consoante as nossas iniquidades. Pois quanto o céu se alteia acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem. Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões.” Ao chegar em casa, Bárbara deveria escrever esses versículos em pequenos cartões, e afixá-los na porta da geladeira, na cabeceira da cama e no espelho do banheiro. Ela deveria saturar sua mente com a misericórdia, não com a amargura. 

Quem recebeu a misericórdia de Deus não pode deixar de oferecê-la aos outros.