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Até que a morte nos separe (24): A terceira cláusula do contrato do perdão

Assim como o verdadeiro amor, o perdão bíblico se firma no coração por meio da obediência a Deus. Quer tenhamos sentimentos positivos ou não, como servos de Cristo, nossa única opção é perdoar. Assim, levando em consideração esse senso de dever, é útil pensar no perdão como um contrato ou aliança com cláusulas bem definidas. 

O contrato do perdão é composto de três cláusulas. A primeira é: jamais traga à superfície o pecado perdoado com o fim de renovar a culpa pela dívida já quitada. A segunda é: não fique voluntariamente meditando no pecado que sofreu. E a terceira e última é: não fique falando com ninguém acerca do pecado. Fazer do pecado perdoado um tópico frequente de conversas pode ser indicação de que a mágoa continua viva no coração. Quanto a isso, em Mateus 12:34, encontramos as seguintes palavras do SENHOR Jesus: “Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12.34). 

Embora esquecer um fato não seja condição para liberarmos o perdão, não devemos, sob qualquer pretexto, reavivar as memórias. Basta que lutemos com as lembranças que, sem serem convidadas, voltarão vez por outra. Tais lembranças não devem receber guarida na nossa mente e coração. Ao contrário, devem ser tratadas como visitantes indesejadas, repelidas com um firme: Está perdoado! 

O poder restaurador do perdão não pode ser mensurado, pois vai muito além daquilo que pensamos. Seu impacto se faz sentir no corpo e na alma. Diante da concessão do perdão, a própria mente trata de acomodar as memórias, tornando-as cicatrizes que, com o tempo, se desvanecem até ao ponto em que fica difícil localizá-las. Quando perdoamos assim como Deus nos perdoa por meio de Cristo, nossa mente lidará com as lembranças apenas como matéria que deve ser esquecida. Portanto, não devemos nos esforçar para esquecer, pois, ao fazermos isso, estaremos apenas reavivando as lembranças que gostaríamos de esquecer. Perdoemos e deixemos que Deus, por meio da nossa decisão de perdoar, faça em nós aquilo que não conseguiríamos por nossa própria força ou determinação.

Fiquei feliz em ver que Bárbara não apenas entendeu, mas também resolveu se comprometer em perdoar. Dava para ver nos seus olhos o alívio que essa decisão produzira. Com honestidade, ela disse: “Pedro, não posso dizer que isso é algo que eu consiga por minha própria força. Na verdade, nem sei se esse é o caminho que eu gostaria de seguir, caso tivesse que lidar com esse assunto por mim mesma. Mas, uma vez que perdoar é uma ordem clara do SENHOR Jesus, que me perdoou uma dívida que eu jamais poderia pagar, eu também o perdoo. Eu estou assinando diante de Deus e de vocês o contrato de perdão. Que seja feita a vontade do SENHOR, não a minha”. 

Radiante de alegria, Bárbara abraçou seu esposo, que não conseguia conter as lágrimas. Estava selado o perdão! A aliança de misericórdia foi sancionada. E, antes de nos despedirmos, Bárbara disse: “Vou imprimir o contrato de perdão e deixá-lo guardado dentro da minha Bíblia. Deus vai nos ajudar.”

A Bíblia diz: “Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados” (1Pedro 4.8). Com o perdão, Bárbara estava dando um passo importante em não deixar pecado à vista. Em nome de Jesus, perdoemos nós também!