Até que a morte nos separe (26): A reconstrução do lar
Ao concluir o Sermão do Monte, o SENHOR Jesus aplicou Seu ensino usando a ilustração de dois homens, um prudente e um tolo, e as respectivas casas que edificaram. A casa do homem prudente, construída sobre a rocha, foi capaz de resistir aos testes que se abateram contra ela: chuvas torrenciais, rios transbordantes e ventos impetuosos. O homem tolo, ao contrário, construiu sobre a areia. Assim, quando sua casa teve que enfrentar o teste das chuvas, dos rios e das tempestades, não resistiu, porém “desabou, sendo grande a sua ruína” (Mateus 7.27).
Pela misericórdia de Deus, o casamento de Pedro e Bárbara, embora abalado, estava sobrevivendo aos embates. Por isso, julguei necessário que eles considerassem com atenção o ensino de Jesus sobre a importância da prática da Palavra de Deus, que, na parábola, serviu como teste para indicar a diferença entre os dois construtores, o sábio e o tolo. Embora o casal não estivesse no ponto inicial da edificação da vida conjugal, estava, ainda assim, vivendo um momento delicado em que precisavam ser diligentes no processo de reparação das brechas causadas pelo pecado. Portanto, deveriam, com muito zelo, examinar o ensino de Jesus no Sermão do Monte, a fim de aplicá-lo no desafio da reconstrução do lar.
Tendo se distanciado de Deus e de sua esposa, Pedro havia negligenciado a liderança espiritual do seu lar. Estava na hora de reconquistar o terreno perdido. Sua tarefa, portanto, seria planejar os passos para reconduzir o processo de restauração espiritual da esposa por meio das Escrituras, motivando-a na obediência a Cristo, e sendo, ele mesmo, modelo de obediência. Como parte desse processo de reconquista, ele deveria acrescentar a comunhão com a igreja como parte essencial da rotina do casal. A “casa” precisava ser reconstruída, e Pedro seria o mestre de obras.
Bárbara, embora ainda enfraquecida, também deveria fazer sua parte na obra de recomeço. Por isso, li para ela Provérbios 14.1, onde Salomão afirma: “A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata, com as próprias mãos, a derriba.” A responsabilidade pela liderança espiritual do lar não estava sobre seus ombros, todavia, na função de auxiliadora, ela seria de grande ajuda para seu marido.
Quando um casal em crise resolve seguir o conselho bíblico, logo vemos a amizade e a parceria afastando as suspeitas e a animosidade. Pedro e Bárbara estavam começando a desfrutar as bênçãos do arrependimento e do perdão. E, para ajudá-los a solidificar o edifício conjugal que se refazia, pedi que, em casa, lessem o Sermão do Monte. Não deveriam correr com a leitura. O alvo era meditar juntos. Portanto, expliquei que, depois de cada tópico, parassem e compartilhassem suas observações sobre a parte lida, procurando responder à seguinte pergunta: “Como o ensino deste tópico nos ajuda a fortalecer os laços conjugais que estamos refazendo?” As repostas deveriam ser anotadas para que pudessem ser lidas posteriormente. Também pedi que começassem a elaborar juntos um testemunho das provações que enfrentaram e como Deus os estava fortalecendo por meio delas.
Em Salmos 30.5, Davi diz que “Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã.” Era muito bom ver que o casal, depois de ter passado pela noite escura da provação, começava a alegrar-se com os primeiros raios de uma manhã de bênçãos que, rapidamente, aproximava-se.