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Edição Especial: Independência ou morte!

Sentindo já soprar os ventos da independência do Brasil, o fluminense Evaristo Ferreira da Veiga e Barros (1799-1837), que era jornalista, político e poeta, compôs a letra do chamado Hino da Independência. Os brasileiros que ainda conservam resquícios de sentimento cívico hão de recordar que a primeira estrofe do belo hino diz: “Já podeis da Pátria filhos / Ver contente a Mãe gentil; / Já raiou a Liberdade / No Horizonte do Brasil / Já raiou a Liberdade / Já raiou a Liberdade / No Horizonte do Brasil.”

O momento da independência, imortalizado na pintura do artista plástico Pedro Américo, aconteceu no dia 7 de setembro de 1822, às margens do riacho Ipiranga. Depois de ser informado sobre as preocupantes movimentações políticas na corte portuguesa, Dom Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos (e mais uma dezena de sobrenomes) desferiu o famoso grito: Independência ou morte! Relatos históricos descredibilizam o cerimonialismo que transpira na pintura de Pedro Américo. Apesar disso, não há dúvida de que o consagrado “grito da independência” fez nascer o Brasil livre, deixando assim de ser uma colônia ou reino estendido de Portugal. 

Infelizmente, precisamos reconhecer que a independência política não significou a independência dos brasileiros. Livres politicamente, continuamos, como todos os povos, escravizados espiritualmente. É lamentável constatar que entretecida no DNA nacional está a busca do proveito próprio à custa dos interesses do povo brasileiro. Os nossos líderes políticos, com poucas exceções, são mestres na arte perversa do oportunismo e da corrupção. Nos últimos anos, homens que eram os cabeças da nação foram levados dos gabinetes governamentais para as celas dos presídios, onde ainda estariam se a nossa justiça fosse justa. Nestas últimas semanas, no Rio de Janeiro, o governador e vários da equipe de seu governo, inclusive um dito pastor, estão sendo investigados por terem usado a pandemia para saquear os cofres públicos. E isso em um estado que agoniza devido à impiedade do governante passado, que ainda se encontra preso. Como alguém tem coração de se aproveitar da doença e morte da população, a fim de roubar os recursos que foram destinados para manter o sistema de saúde? Infelizmente, não dispomos de contingente policial e investigativo para examinar minuciosamente as contas das demais unidades federativas. Caso os tivéssemos, faltariam celas especiais para tantos delinquentes especiais. 

Não sou brasileiro por acaso, mas por ação da providência divina, e sou grato por isso. Amo o meu Brasil, oro pelo meu povo, intercedo pelos governantes e tenho grande expectativa de que Deus vai usar ainda mais os brasileiros para levar o Evangelho às outras nações. No entanto reconheço que, como disse o profeta Isaías acerca do seu povo, no nosso Brasil, “desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, contusões e chagas inflamadas, umas e outras não espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo” (Isaías 1.6). Com pesar, precisamos admitir que a denúncia do profeta Isaías, no capítulo 5 do seu livro, versículo 20, cabe perfeitamente no nosso caso, pois assim está escrito: “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo!” (Isaías 5:20). Infelizmente, assim são os nossos líderes; assim também, de modo geral, é o nosso povo. 

Nossa situação é delicada, contudo, em meio às trevas, podemos ver raios de luz. É confortante ouvir, vez por outra, alguns dos nossos líderes recitando João 8:32, que diz: “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Talvez nem pesem o valor dessas palavras, todavia esse é o segredo da verdadeira liberdade: o conhecimento da Verdade, que é Jesus Cristo.  

O Hino da Independência anima os brasileiros a lutarem pela liberdade, dizendo: “Não temais ímpias falanges, / Que apresentam face hostil: / Vossos peitos, vossos braços / São muralhas do Brasil. / Vossos peitos, vossos braços / Vossos peitos, vossos braços / São muralhas do Brasil.” É verdade que nossos peitos e nossos braços devem servir como muralhas para sustentar e defender nosso Brasil. Porém, se você é um daqueles que já foi liberto pela Verdade, você dispõe de um recurso mais poderoso para proteger o Brasil: os seus joelhos curvados em oração pela pátria. Oremos pelo Brasil e cantemos com firmeza: “Ou ficar a pátria salva, ou morrer pelo Brasil.”

Deus salve o Brasil! Deus salve o mundo por meio dos brasileiros!