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Meditações no Evangelho de João (19): Jesus Cristo e a Lei de Moisés

Quando o SENHOR Jesus curou o paralítico junto ao tanque de Betesda, como lemos em João, capítulo 5, Ele ordenou: “Levanta-te, toma o teu leito e anda” (João 5:8). Visto que a cura fora feita em um dia de sábado, quando os judeus encontraram o homem levando seu leito, não mostraram nenhuma admiração pelo milagre, mas o recriminaram por estar levando sua cama portátil. O homem que fora curado respondeu: “O mesmo que me curou me disse: Toma o teu leito e anda” (João 5:11). O que ele estava dizendo era: “o homem que manifestou autoridade sobrenatural sobre a doença que me afligia por trinta e oito anos deve ter também autoridade sobre o que é ou não é permitido fazer no dia de sábado”. Quando os judeus indagaram a Jesus por que Ele não respeitava a tradição do sábado, o SENHOR lhes disse: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (João 5:17). Ao receberam de Jesus essa impressionante explicação, “os judeus”, afirma João, “ainda mais procuravam matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus” (João 5:18).

Diferente do que dizem as chamadas Testemunhas de Jeová, que negam a divindade de Jesus, tanto em João 5:18 como em várias outras partes desse Evangelho, Jesus se declarou igual a Deus. Foi isso que os judeus que O ouviram entenderam, e Jesus não os corrigiu por esse entendimento. Na verdade, as reivindicações de divindade eram as justificativas dos judeus para concluir que Jesus era réu de morte. No modo como entendiam, Jesus deveria receber a pena máxima por cometer o pecado de blasfêmia. O capítulo 5 do Evangelho de João também serve para desfazer a confusão da igreja Adventista do Sétimo Dia quanto ao modo como devemos nos posicionar acerca do sábado e das demais ordenanças da lei mosaica.  

No Sermão do Monte, Jesus declarou explicitamente: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir” (Mateus 5:17). Porém, sendo Ele o autor da Lei, podia demonstrar com precisão divina quais ordenanças e preceitos da lei mosaica tinham natureza transitória, e quais deveriam ser observados diferentemente após a vinda do Messias. Nesse sentido, o sábado, sendo um sinal do descanso eterno que Cristo daria a todos os que cressem n’Ele, quer judeus, quer gentios, necessariamente, perderia bastante seu peso de obrigatoriedade na vida religiosa dos discípulos de Cristo. Essa percepção, iniciada no domingo da ressurreição, foi ficando cada vez mais nítida à medida que o Evangelho se espalhava entre as nações, mas é por meio dos escritos inspirados dos apóstolos que a compreensão se torna absolutamente clara. É assim que aprendemos, por exemplo, com Paulo, o apóstolo aos gentios, que, em Colossenses 2:16-17, escreveu: “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo.”  

  É importante considerarmos que conhecer a letra da Lei, não é o mesmo que conhecer o espírito da Lei. Na verdade, se uma pessoa, como os judeus da época de Cristo, julga-se conhecedora do conteúdo das Escrituras, sem, todavia, ter familiaridade com o espírito que as torna viva e eficaz, tal pessoa está em condição espiritual preocupante, pois, a esse respeito, o apóstolo Paulo afirmou que “... a letra mata, mas o espírito vivifica.” (2Coríntios 3:6)

Ao mostrar Sua autoridade para revelar o verdadeiro significado e valor da observância do sábado, Jesus está se fazendo igual a Deus, o autor dos Dez Mandamentos. Foi isso que os judeus não perceberam. É isso que precisamos perceber e aceitar de todo coração. É por isso que Jesus se chamou SENHOR do sábado, mas, sobre isso, falaremos amanhã, se o SENHOR permitir.