Meditações no Evangelho de João (22): Com Cristo no barco
Fui privilegiado por ter nascido em um lar cristão. Minhas lembranças mais antigas me levam de volta às manhãs de domingo, quando dedicadas professoras nos ensinavam, contando e cantando sobre o SENHOR Jesus. É assim que, até hoje, décadas depois, recordo do cântico que dizia: “Com Cristo no barco, tudo vai muito bem, / passa o temporal.”
Sempre fui fascinado pelos eventos da vida de Cristo ocorridos no Mar da Galileia e seus arredores. Foi por isso que, na inesquecível visita que fiz a Israel, em outubro de 2019, não pude conter as lágrimas quando tive a oportunidade de fazer um passeio de barco nesse grande lago. Foi tocante demais estar sobre o mar que, em momentos de fúria, foi subjugado pela palavra poderosa do seu Criador.
O evento narrado em João, capítulo 6, é bastante conhecido. Enquanto os discípulos agonizavam, tentando vencer a força do vento contrário e de um mar cujas ondas começavam a se empolar, eis que Jesus vem ao encontro deles, andando sobre as águas. Esse fato ocorrido no vácuo do fantástico milagre da multiplicação dos pães e peixes tinha como propósito levar os discípulos a considerarem as reivindicações de divindade que Jesus fizera. Até aqui, o SENHOR tinha mostrado Seu poder supremo sobre as enfermidades e até sobre a fome que ameaçava uma multidão. Tais sinais, embora notáveis, não tinham ainda conseguido vencer a relutante incredulidade que aprisionava o coração dos discípulos. Foi por isso que, quando viram Jesus caminhando sobre as águas, mostrando que podia subjugar as próprias forças da natureza, os discípulos ficaram assustados. Mas Jesus se aproxima deles e diz: “Sou eu. Não temais.” (João 6:20). “Então”, diz João, “eles, de bom grado, o receberam, e logo o barco chegou ao seu destino” (João 6.21).
Ao longo da vida, mais de uma vez, achei-me em situação de perigo, pensando que meu barquinho não iria resistir à fúria do mar da vida. Batido de um lado para outro, sem rumo e sem expectativas, via minhas forças se esgotando, sem saber se veria o amanhecer. Porém, quando estava pronto a desistir, voltava à minha mente a certeza de que Jesus nunca iria me abandonar ao sabor das ondas. As lutas e provações não nos são dadas para que afundemos, mas para que vejamos o SENHOR se aproximando e dizendo: “Sou eu. Não temais.”
O milagre de Jesus andando sobre as ondas não foi feito publicamente. Somente aqueles que estavam perto do SENHOR viram esse incrível sinal. Os que ficaram em terra firme sem a provação que sobreveio aos discípulos perderam a chance de ver a manifestação grandiosa do poder de Cristo. É na fraqueza que experimentamos a força do SENHOR.
Não sei onde você se encontra agora. Pode ser que, como os discípulos no Mar da Galileia, você esteja neste momento em meio a uma tempestade. Se for esse seu caso, gostaria de convidá-lo a ver Cristo não apenas como um solucionador de problemas, mas também, e principalmente, como Seu SENHOR e Salvador. Fazendo isso, você poderá seguir cantando: “Com Cristo no barco, tudo vai muito bem… ” Coloque em Jesus sua confiança, e Ele estará sempre ao seu lado, tanto nos lagos da vida, quanto no mar da eternidade.