Meditações no Evangelho de João (23): A maior bênção do Pai Celeste
As emissoras de rádio e televisão estão cheias de pregadores e evangelistas. É bom saber que a pregação do Evangelho está sendo veiculada pelos meios de comunicação de massa. O que não é bom, porém, é saber que o conteúdo divulgado em nome do Evangelho nem sempre faz jus à mensagem das Escrituras. Muitas vezes, a pregação gira apenas em torno de promessas de saúde e prosperidade, como se, ao abraçar o Evangelho, a pessoa passasse a viver o Céu na Terra.
A mentalidade de que Jesus deve estar comprometido, primeiramente, com o suprimento das nossas necessidades temporais não é uma inovação moderna. Depois da multiplicação dos pães e peixes, a multidão que se havia beneficiado do milagre procurou o SENHOR Jesus, não para obter a salvação, mas para receber uma nova porção de pão.
A falta de percepção espiritual explica o materialismo que inunda o coração do homem. Enquanto é certo que Deus, por Sua bondade, abençoa-nos com o pão de cada dia, no capítulo 6 do Evangelho de João, Jesus nos ordena: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo” (João 6.27). Essas palavras poderosas e profundas, embora não completamente entendidas pela multidão, combinam perfeitamente com o que o SENHOR disse a Satanás no episódio da tentação no deserto: “Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.” (Mateus 4.4).
Ao ouvirem sobre trabalhar pelo alimento dado por Deus, por meio do qual uma pessoa receberá “nutrientes” que perdurarão para a vida eterna, as pessoas perguntaram: “Que faremos para realizar as obras de Deus?” (João 6.28). Então, Jesus respondeu: “A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado” (João 6.29). Aqui, uma vez mais, vemos como o homem natural não consegue perceber a verdade de Deus por si mesmo. Quando ouviram sobre o alimento eterno, que somente Deus pode oferecer à humanidade, as pessoas logo quiseram saber que obras poderiam realizar, a fim de se tornarem dignos de receber o favor de Deus. Por isso, Jesus os corrigiu imediatamente ao dizer que a obra de Deus não é algo que podemos fazer para receber o prêmio da vida eterna. Por esse caminho, ninguém será salvo, pois, diante do Deus perfeitamente santo, nossas obras, por melhores que sejam, ficam aquém do esperado, pois um pecador não pode produzir obras que não sejam contaminadas pelo pecado. É por isso que o profeta Isaías afirmou: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam.” (Isaías 64.6). E, reafirmando esse ensino, Paulo escreveu em Efésios 2.8-9: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.”
As bênçãos materiais, por melhores que sejam, não podem ser comparadas com as bênçãos espirituais que Deus nos dá por meio do Seu Filho. O pão material nos fortalece temporariamente; o Pão do Céu, Jesus Cristo, nos supre eternamente. A salvação é a maior bênção que podemos receber do Pai celeste, principalmente porque chega a nós sem dinheiro e sem preço, pois o preço foi pago completamente na cruz do Calvário. Peça-a ao SENHOR, e você ficará satisfeito eternamente!