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Meditações no Evangelho de João (26): Para quem iremos?

Enquanto muitos buscam as multidões, Jesus busca discípulos. Por essa razão, Ele nunca reduziu Suas exigências nem diluiu Sua mensagem, a fim de atrair simpatizantes. É sempre melhor uma dura verdade do que uma doce mentira. Como disse Salomão: “Leais são as feridas feitas pelo que ama, porém os beijos de quem odeia são enganosos” (Provérbios 27.6).

Por não ter aceitado as propostas da multidão de ser o rei do pão e o revolucionário que iria liderar a libertação política que os judeus almejavam, muitos dos que seguiam Cristo afastaram-se d’Ele. A multidão não tinha problema em receber Jesus como Salvador, o que ela não queria era tê-l’O como SENHOR. O benefício da salvação é atraente a todas as pessoas, entretanto a submissão ao senhorio não se manifesta igualmente apelativa. 

Quando Jesus disse que o pão do Céu não fora dado por Moisés, mas por Deus, fazendo uma referência a Si mesmo como o verdadeiro pão da vida, a multidão ficou escandalizada. Para os judeus, a figura de Moisés era sagrada e intocável. Eles não admitiam que ninguém mexesse na tradição religiosa que sustentava suas crenças, mesmo que fosse o Filho de Deus. Vendo que Jesus não acomodava Sua mensagem às expectativas deles, dezenas de supostos discípulos abandonaram o SENHOR. Na verdade, esse episódio narrado no final do capítulo 6 de João marca o início do último ano do ministério de Jesus, que foi o ano da perseguição. 

Depois que a multidão de interesseiros abandonou a Jesus, o SENHOR olhou para os doze apóstolos e perguntou: “Porventura, quereis também vós outros retirar-vos?” (João 6.67). Aqui vemos, uma vez mais, que Jesus não está disposto a abrir mão da verdade para ter seguidores. Na realidade, Jesus nunca esperou ser aceito e aclamado pelas multidões. No Sermão do Monte, Ele disse: “Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela” (Mateus 7.13-14). Ou seja, o caminho que o SENHOR propõe, embora seja a vereda da vida, será sempre rejeitado pela grande maioria das pessoas, como acontece até hoje. 

Aquele foi um momento crucial para Jesus e os doze. Dois anos tinham passado desde que Jesus escolhera aquele grupo de homens para acompanhá-l’O e aprenderem com Ele. O SENHOR os estava ensinando por meio do Seu exemplo e das Suas palavras. Apesar disso, Jesus não estava pronto a tê-los por perto, se eles estivessem interessados no aplauso das multidões. Felizmente, a história de Jesus com os doze não parou depois da deserção da multidão. Quando Jesus perguntou se eles iriam também deixá-l’O, Pedro, como porta-voz do grupo, respondeu: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna” (João 6.68).

A despeito da imaturidade e dubiedade que, em geral, caracterizava os doze apóstolos, a resposta de Pedro não poderia ter sido mais precisa. Aqueles homens, como nós, eram lentos em abraçar a mensagem do SENHOR, contudo, de uma coisa estavam certos: somente Jesus tinha as palavras da vida eterna. Segui-l’O poderia ser custoso, mas deixá-l’O seria muito pior. 

Há muitas mensagens e sugestões acerca de como podemos ganhar a vida eterna. Porém, se você quer verdadeiramente ser salvo, a única palavra eficaz é a que vem dos lábios d’Aquele que diz: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6).