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Meditações no Evangelho de João (30): Satisfeitos pelo Espírito de Deus

Água é vida, mas também pode ser símbolo de morte. Por essa razão, durante a estação chuvosa, as autoridades sanitárias se empenham em campanhas para que a população tenha cuidado com água parada, que, nessa condição, torna-se o ambiente ideal para a proliferação de agentes infeciosos que causam perigosas doenças. 

Na Festa dos Tabernáculos, conforme lemos no Evangelho de João, capítulo 7, Jesus falou que rios de água viva iriam fluir do interior dos que cressem n’Ele. Jesus estava usando linguagem figurada, cujo significado se encontra em João 7:39, onde está escrito: “Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado” (João 7:39). 

Em primeiro lugar, é importante dizer que o Espírito ao qual Jesus se refere é o Espírito Santo, que, juntamente com Deus, o Pai, e Deus, o Filho, compõem a Trindade divina. Já em Gênesis 1:2, o segundo versículo das Escrituras, lemos acerca do Espírito de Deus. Sua presença será claramente percebida em eventos chaves ao longo da revelação bíblica. De fato, nos escritos apostólicos, aprendemos que a própria existência das Escrituras é resultado do ministério do Espírito Santo.

Em João 7:38, Jesus compara a ação do Espírito na vida dos Seus discípulos com um rio de água viva. Nesse versículo, Jesus diz que a referência ao Espírito como um “rio de água viva” tem base nas Escrituras. Muito provavelmente, Jesus estava pensando em alguns textos proféticos, tais com Isaías 58:11, onde está escrito: “O Senhor te guiará continuamente, fartará a tua alma até em lugares áridos e fortificará os teus ossos; serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas jamais faltam.”  

Para os judeus que viviam em uma região desértica, um rio de águas perenes significava a própria vida. Desse modo, é fácil perceber que Jesus estava afirmando que a graça da vida eterna é resultado da presença e ação do Espírito Santo na vida de uma pessoa. É por isso que Jesus, ao falar com Nicodemos, disse que o novo nascimento é sinônimo de “nascer da água e do Espírito” (João 3:5). Olhando por esse ângulo, entenderemos melhor o diálogo de Jesus com a mulher samaritana, quando o SENHOR declarou: “Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (João 4.13-14).

A sede espiritual, assim como a sede física, é uma realidade que nos força a correr em busca de saciedade. Sabendo disso, o mundo, que segue sob o domínio do príncipe das trevas, surge diante de nós com diferentes promessas de satisfação e plenitude. As propostas podem ser atraentes e agradáveis aos olhos, entretanto não serão suficientes para saciar a nossa alma eternamente. A água que o mundo oferece pode trazer satisfação instantânea, porém, uma vez que vem contaminada com o vírus mortal do pecado, a longo prazo, resultará em morte eterna. 

O mundo nos oferece água contaminada; Jesus nos oferece Seu Espírito, uma fonte de água viva que jorra para a eternidade. Qual é a Sua escolha?