Meditações no Evangelho de João (31): Jesus, a Verdadeira Luz do Mundo
Durante a Festa dos Tabernáculos, ao anoitecer, os sacerdotes acendiam grandes candelabros de ouro que se achavam no átrio do templo. Iluminadas pela luz que emanava desses candelabros, muitas pessoas se reuniam para louvar a Deus com cânticos e danças cerimoniais.
Como sábio professor, Jesus aproveitava bem as ocasiões que poderiam ajudar os ouvintes a reterem Seus ensinamentos. Na cerimônia do derramamento de água, o SENHOR falou sobre a água da vida que Ele oferecia por meio do Seu Espírito. Agora, no evento relatado em João, capítulo 8, enquanto os sacerdotes realizavam a cerimônia de iluminar o átrio do templo com o acendimento dos candelabros, Jesus aproveitou essa cerimônia para fazer mais uma poderosa afirmação acerca da Sua divindade. Assim, em João 8:12, o SENHOR afirmou: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.”
À medida que Jesus se aproximava da cruz, Seus debates com os sacerdotes, escribas e fariseus iam se tornando mais acirrados A razão era que Jesus fazia declarações cada vez mais ousadas acerca da Sua igualdade com o Pai. Ao descrever a Si mesmo como a luz do mundo, Jesus se tornou alvo de forte oposição da parte dos líderes religiosos que sabiam o significado das Suas palavras.
Se o SENHOR tivesse se apresentado, à semelhança dos rabinos judeus, como um mestre que trazia aos seus ouvintes lições esclarecedoras aos que desejassem alcançar a luz de Deus, certamente, Ele não teria sido tão fortemente recriminado. Os mestres religiosos do passado e do presente são considerados agentes de iluminação espiritual. O problema, porém, é que Jesus não se apresentou como um mestre iluminado, mas como a própria luz. Essa é uma declaração ousada e abrangente que, para os judeus, era uma blasfêmia.
Quando Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo”, Ele estava se identificando com o eterno Criador, que, em Gênesis 1:3, disse: “Haja luz”. Esse pensamento é reforçado pelo fato de que a luz na Bíblia é um símbolo de Deus e da Sua santidade. Na sua primeira epístola, capítulo 1, verso 5, João afirma: “Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma.” Além disso, a reivindicação de divindade pode ser notada pela mensagem de exclusividade que vemos nas palavras de Jesus, que se apresenta não como uma luz entre outras, mas como a única luz do mundo.
As afirmações categóricas, abrangentes e exclusivas que Jesus fizera foram agressivas aos ouvidos dos judeus e, semelhantemente, agridem os ouvidos da sociedade pluralista contemporânea. Se anunciarmos que Jesus é uma luz e um caminho, receberemos, de modo geral, aprovação do mundo. Se, porém, dissermos que Jesus é a única luz e o único caminho para Deus, devemos esperar imediata e ferrenha oposição. O problema é que, se não destacarmos a singularidade de Cristo como meio para a salvação do homem, não estaremos sendo fiéis arautos da mensagem de Cristo. Essa é a mensagem que o Evangelho de João procura destacar desde os primeiros versículos, pois, já no capítulo 1, versículo 9, João escreveu que Jesus é “a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem.”
Durante a peregrinação no deserto, para que o povo de Israel não perecesse, Deus os guiou por meio de uma nuvem que, à noite, tinha a aparência de fogo. Assim, também nós, enquanto seguimos pelos caminhos perigosos e incertos desta vida, precisamos da luz divina que Deus nos mandou do Céu, a qual é Jesus Cristo. Se crermos n’Ele e seguirmos Sua Palavra, não pereceremos nas trevas, pois Ele é a luz da eterna vida!
O mundo está imerso em trevas… qual é a luz que está iluminando seus passos?