Meditações no Evangelho de João (32): Por Que Só Jesus Salva?
Uma das mais preciosas promessas do Evangelho se encontra em João 14:1-3, onde está escrito: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também.” Essa promessa, conquanto gloriosa, não tem aplicação universal, pois falando aos judeus incrédulos, Jesus disse em João 8:21: “Vou retirar-me, e vós me procurareis, mas perecereis no vosso pecado; para onde eu vou vós não podeis ir.”
Embrutecidos pela cegueira da incredulidade, os judeus não compreenderam o que Jesus estava dizendo e chegaram a cogitar a possiblidade de que Jesus estivesse pensando em suicidar-se (cf. João 8:22 ). Jesus, então, deixou claro que Ele estaria voltando para o Céu, de onde viera. Por isso afirmou: “Vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima; vós sois deste mundo, eu deste mundo não sou” (João 8:23).
Embora a Escritura, categoricamente, afirme que Deus não tem prazer na morte o pecador, “mas em que o pecador se converta do seu caminho e viva”, conforme lemos em Ezequiel 33:11, o fato é que muitos, por causa da pecado, irão perecer, como declarou o SENHOR Jesus (cf. João 8:21, 24). Nesse texto, ao mesmo tempo em que adverte sobre o risco da condenação eterna, Jesus mostra a necessidade da fé n’Ele como o único meio de salvação. Em João 8:24, Ele afirmou: “porque, se não crerdes que Eu Sou, morrereis nos vossos pecados.”
O leitor do Evangelho de João não terá dificuldade em perceber quão frequentemente Jesus usou a expressão “Eu Sou” para referir-se a Si mesmo. É importante que nos lembremos de que essa expressão, como nome pessoal de Deus, aparece pela primeira vez em Êxodo 3:14. Nessa referência, lemos acerca do momento em que Deus comissionou Moisés para a tarefa de libertar o povo de Israel do Egito. Em um dado momento, Moisés se declarou inapto para a tarefa porque não sabia o nome de Deus. A pergunta de Moisés fazia sentido porque, nas Escrituras, o nome não servia apenas como mero identificador de uma pessoa. Na verdade, o nome representava a própria essência da pessoa por ele designada. Assim, quando Moisés perguntou qual o nome de Deus, estava querendo obter informação precisa e específica acerca da natureza essencial do SENHOR. Desse modo, quando Deus se identificou pelo nome de “Eu Sou”, Ele estava falando que Ele é o Deus Eterno, o Ser necessário por Quem tudo passou a existir, que Ele existe por Si mesmo, que é autoexistente, o Pai da eternidade, o “Eu Sou”.
A verdadeira fé em Jesus leva em conta todas essas verdades afirmadas por Ele próprio. Crer em Jesus significa confiar que o Deus eterno, criador e sustentador de todas as coisas se fez homem e “habitou entre nós” (cf. João 1:14). É reconhecer o fato de que Ele veio ate nós porque “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). Crer em Jesus significa confiar exclusivamente n’Ele, porque, sendo Ele Deus que se fez homem para morrer em nosso lugar, “não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos”, conforme afirmou o apóstolo Pedro em Atos 4:12.
Os judeus da época de Jesus, especialmente os líderes religiosos, não queriam acreditar nas palavras de Jesus. Eles fechavam a mente para não compreender e endureciam o coração para não crer. Por isso, Jesus falou que a descrença deles era fatal. Continuando daquele modo, eles iriam perecer nos seus pecados (cf. João 8:24).
Em João 3:36, está escrito: “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.” Onde você se enquadra? Você está entre os que creem ou entre os que se mantêm rebeldes contra o Filho de Deus?