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Meditações no Evangelho de João (33): O teste da verdadeira fé em Cristo

A definição geral de fé se encontra em Hebreus 11:1, que diz: “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem.” Embora essa definição seja precisa, pois nos foi dada pelo próprio Deus, a Bíblia não descreve em detalhes todos os processos mentais e espirituais que levam uma pessoa à crença em Deus. O que sabemos com certeza é que, quando a verdadeira fé nasce no coração de uma pessoa, ela vence todas as resistências que antes a impediam de confiar plenamente em Cristo como seu SENHOR e Salvador pessoal. 

Em João, capítulo 8, Jesus está novamente enfrentando a oposição dos líderes religiosos da Sua época em um ambiente público, nas imediações do templo em Jerusalém. Por causa dessas circunstâncias, muitas pessoas tiveram a oportunidade de ouvir o SENHOR Jesus afirmando Sua divindade e Seu poder para salvar, quando declarou: “Se não crerdes que Eu Sou, morrereis nos vossos pecados” (João 8:24). A mensagem foi bastante clara: Crer em Cristo é o único meio pelo qual um pecador pode livrar-se da condenação eterna, que é o salário do pecado. 

Ao registrar esse episódio em João 8:30, o escritor sagrado acrescentou a seguinte nota: “Ditas estas coisas, muitos creram nele.” Pela declaração de João, podemos concluir que, quando algumas pessoas ouviram a irrefutável argumentação do SENHOR, ficando intelectualmente convencidas de que a salvação dependia de crer em Cristo, resolveram professar sua fé em Jesus. 

Como já vimos, a palavra “crer”, conforme usada no quarto Evangelho, nem sempre se refere à fé salvadora. Às vezes, pessoas que se dizem crentes em Jesus, na verdade, não exibem uma fé autêntica, mas apenas um convencimento intelectual, que é elemento importante na constituição da fé, porém não pode ser igualado à própria fé que leva o pecador aos pés de Cristo. 

Era louvável que as pessoas estivessem declarando fé em Jesus. No entanto, porque muitos são convencidos, todavia não convertidos, Jesus resolveu testar a fé que Seus ouvintes estavam professando, por isso Ele disse: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:31-32). A fé que salva e a verdade que liberta não são apenas uma realidade declarada, porém, parte permanente da vida. Um verdadeiro discípulo não somente tem um encontro com Cristo, mas vive em obediência à Palavra de Cristo. 

A continuação desse episódio mostra que muitas pessoas deram atenção às palavras de Jesus, sem se comprometerem verdadeiramente com Ele. Nesse sentido, é possível uma pessoa estar convencida da verdade, sem ter ainda experimentado o novo nascimento. Isso envolve certo grau de fé, contudo não pode ser descrito como a fé que salva. 

Esse, certamente, era o caso dos judeus que haviam declarado crer em Cristo. Sabemos disso pelo modo como reagiram às palavras do SENHOR acerca da libertação que viria por meio da verdade. Por serem descendentes de Abraão, os judeus se achavam isentos da escravidão do pecado que atinge todos os homens. Eles pensavam que a herança genética e religiosa era suficiente para fazê-los homens livres do jugo do pecado. Assim, julgando-se libertos, simplesmente não podiam imaginar como Jesus poderia livrá-los. 

O debate registrado em João, capítulo 8, tornou-se acirrado, chegando ao ponto de os judeus acusarem Jesus de bastardo e até chamá-l’O de endemoniado. Tudo isso porque não podiam suportar a verdade que Jesus pregava. Ao final, as mesmas pessoas que antes diziam crer em Cristo estavam pegando em pedras para apedrejá-l’O. 

Quem realmente crer em Jesus ouve, aceita e obedece à Palavra do SENHOR. É desse modo que podemos testar se verdadeiramente cremos n’Ele.