Listen

Description

Meditações no Evangelho de João (43): A Glória de Deus no Sofrimento dos Seus Filhos

O raciocínio de que Deus deve estar sempre comprometido em combater o sofrimento desta vida é bastante popular. A presença da dor e, principalmente, da morte no mundo criado por um Deus amoroso, santo, poderoso, justo e bom se constitui numa “pedra de tropeço” tanto para crentes quanto para descrentes. 

Quando Jesus ouviu acerca da doença fatal que tinha acometido Seu amigo Lázaro, o SENHOR disse: “Esta enfermidade não é para morte, e sim para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado” (João 11:4). Nessa declaração, Jesus relaciona a enfermidade à glória de Deus. Para muitos, Ele estaria forçando o raciocínio, a fim de promover conciliação entre realidades antagônicas. Para Jesus Cristo, entretanto, a enfermidade, a angústia e a dor não encobrem a glória de Deus. Que Jesus tinha tal convicção fica claro no Evangelho de João, pois, no capítulo 9, no episódio da cura do cego de nascença, Jesus esclareceu o motivo final da cegueira, fazendo a seguinte declaração: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus” (João 9:3). 

O que Jesus estava comunicando ao dizer que a grave enfermidade do Seu amigo Lázaro seria um meio pelo qual a glória do Pai seria manifestada através da glorificação do Filho? Em primeiro lugar, Jesus estava dizendo que a morte não tem a palavra final sobre a vida dos Seus amados. Esse é o sentido por trás das palavras do SENHOR em João 11:25: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?”.

Em segundo lugar, ao falar sobre a manifestação da glória de Deus por meio da morte de Lázaro, Jesus estava levando em conta que esse episódio seria um elo no encadeamento dos fatos que resultariam na Sua condenação, morte e, ao terceiro dia, na sua ressurreição. A morte de Lázaro, apesar da tristeza e da dor, desempenhou um papel importante na glorificação de Cristo através de Sua completa e definitiva vitória sobre a morte. Ou seja, embora a morte possa ganhar uma batalha, a verdade é que, na experiência de uma pessoa que confia em Jesus como seu único e suficiente Salvador, ao final, a morte perderá a guerra.

Quando pensamos no sofrimento, ou somos atingidos por ele, não devemos nos apressar em querer explicar as coisas a partir da nossa própria visão. O sofrimento neste mundo, que geme sob o peso da maldição do pecado, não significa que Deus não exista ou que a Ele falte amor ou poder. Em vez disso, denota que todos nós estamos sujeitos aos efeitos do pecado que está presente em nossa vida tanto pelo que fazemos como pelo que deixamos de fazer. A corrupção, as angústias, a malignidade e toda injustiça que presenciamos ou experimentamos neste mundo nos ensinam o quanto precisamos de um Salvador. 

A parte boa dessa história é que Deus enviou Seu Filho para morrer pelos nossos pecados e anular o poder da morte. Crendo n’Ele, estaremos sempre seguros, pois nem mesmo morte pode nos separar do Seu amor. 

O sofrimento na vida de um salvo não é uma tragédia, mas um meio pelo qual o Pai e o Filho recebem maior glória, afinal, “sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que O amam, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (cf. Romanos 8:28).

Se você tem Cristo como seu Salvador, Deus há de ser glorificado até na sua morte, pois a Escritura diz: “E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Coríntios 15:54-57).