Meditações no Evangelho de João (45): O Sofrimento e o Fortalecimento da Fé
“Então, Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu; e por vossa causa me alegro de que lá não estivesse, para que possais crer; mas vamos ter com ele” (João 11:14-15). Essas foram as palavras com as quais Jesus anunciou claramente aos discípulos a morte de Lázaro. Antes, os discípulos tinham dificuldade com o eufemismo na comunicação do SENHOR. Agora, provavelmente, estão com problema com o significado das palavras de Jesus. “Lázaro morreu”, afirmou Jesus, “e por vossa causa me alegro de que lá não estivesse.” O que o SENHOR queria dizer com isso? Lázaro morreu, e Jesus está alegre porque esse fato levará os discípulos a crer n’Ele?
Ao longo do Seu ministério, Jesus se esforçara para levar Seus discípulos a crer que Ele era o Filho de Deus. Agora, aproximando-se o dia da Sua morte, os discípulos ainda se mostravam relutantes na sua caminhada de fé em Jesus. Nesse cenário, o sinal da ressurreição de Lázaro, o ápice de todos os milagres, daria aos discípulos a oportunidade de reconsiderarem as reivindicações de divindade feitas por Jesus ao longo do Seu ministério.
Na história da morte e ressurreição de Lázaro, encontramos importantes lições que serão extremamente valiosas, se quisermos entender a relação entre a fé no SENHOR e o sofrimento. Em João 11:14-15, Jesus afirma que a morte de Lázaro irá produzir o bom fruto da fé no coração dos discípulos. Era doloroso que Seu amigo tivesse morrido. No entanto, Jesus se alegra e reconhece que essa situação triste seria um golpe na incredulidade de muitos. Aqui, a lição é a seguinte: Deus sempre age para o nosso bem, a despeito do mal que possa desabar sobre nós.
João, capítulo 11, também nos ensina que Jesus não agia movido pela pressão da urgência. Deus tinha um projeto importante que seria realizado por meio da provação que Seus amigos estavam enfrentando. Por isso, ao ouvir o pedido urgente das irmãs de Lázaro, Jesus ainda demorou dois dias no lugar onde estava. O Filho de Deus não se submete às exigências das circunstâncias, mas anda de acordo com o plano do Pai.
Muitas vezes, Deus permite que a nossa provação chegue além do que podemos imaginar. São em momentos assim que aprendemos que Ele é “poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós”, como lemos em Efésios 3:20. Um médico pode, em muitos casos, curar uma pessoa doente. Contudo, somente Deus pode intervir quando a doença já evoluiu para a morte. Quanto maior a crise, maior será a manifestação da glória de Deus.
Vendo que Lázaro voltara a viver, embora tendo estado morto por quatro dias, Marta, Maria e os discípulos poderiam dizer como Jó no final da sua história: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem” (Jó 42:5).
A fé se renova em meio à dor. Se você está sendo provado, não se desespere. Crendo em Cristo, na hora certa Ele virá ao seu encontro e fará muitos mais do que você possa pedir ou pensar. Nos plano de Deus, a provação é reconhecida como um elemento benéfico à fé, por isso, em Salmos 119:71, está escrito: “Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos.”