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Meditações no Evangelho de João (50): Maria de Betânia: Exemplo de Amor Diligente pelo SENHOR 

Qualquer pessoa que tem tido contato com os Evangelhos lembrará sem dificuldade do momento em que Maria, irmã de Lázaro, ungiu os pés de Jesus com um preciosíssimo perfume, enxugando-os com seus cabelos. Esse evento é muito relevante nas narrativas da vida de Cristo, pois está registrado em três dos quatro Evangelhos. Além disso, Jesus endossou a importância do ato de Maria ao dizer: “Em verdade vos digo: onde for pregado em todo o mundo o evangelho, será também contado o que ela fez, para memória sua” (Marcos 14:9).

O capítulo 12 do Evangelho de João é muito importante para o enredo de todo esse Evangelho porque, nesse capítulo, somos apresentados aos eventos que culminarão com a morte de Jesus. O destaque na proximidade da morte do SENHOR pode ser vista na nota cronológica dada logo no primeiro versículo do capítulo, que diz: “Seis dias antes da Páscoa, foi Jesus para Betânia, onde estava Lázaro, a quem ele ressuscitara dentre os mortos” (João 12:1).  

Assim, os eventos que pavimentam a estrada do Calvário se iniciam com o ato de Maria ungindo publicamente os pés de Jesus e os enxugando com seus cabelos. Até que ponto Maria estava consciente acerca da iminência da morte do Seu amado Mestre, não o sabemos. Sem dúvida, ela tinha conhecimento do impacto da ressurreição do seu irmão e da enorme possiblidade de aquele milagre desencadear uma crise insustentável no relacionamento de Jesus com o Sinédrio. Mas, independentemente do que se passava na mente de Maria, ela estava certa de que Jesus era o Messias enviado do Céu e procurava aproveitar cada momento para aprender do SENHOR e demonstrar sua devoção a Ele.  

Desse modo, movida por um coração grato e devotado a Deus, Maria aproveitou a ocasião em que Jesus participava de um jantar com Seus amigos e resolveu expressar seu amor por Cristo, oferecendo a Ele o que ela tinha de mais precioso: um perfume cujo valor seria, em nossos dias, equivalente ao salário anual de um trabalhador. No tempo de Jesus, esse tipo de perfume era, às vezes, uma espécie de herança que os pais deixavam para as filhas, que poderia servir até como dote quando uma jovem se preparava para o casamento. O nardo puro, matéria prima de que fora composto o perfume que Maria usou na unção, era produto raro em Israel. Geralmente, esse tipo de perfume era fabricado no norte da Índia, sendo vendido em fracos ornamentais frágeis e caros. 

O que vemos no início de João, capítulo 12, é a história de uma mulher que, movida por verdadeiro amor ao SENHOR, derrama aos pés de Cristo não apenas um perfume precioso, mas seu próprio coração. Seu ato foi mal interpretado por Judas e pelos demais discípulos, que o classificaram como um extravagante desperdício. Porém, sem se importar com o que as pessoas poderiam dizer, Maria seguiu adiante no seu desejo de mostrar seu amor para com Seu Amigo, Mestre e Senhor. 

Comentando a expressão de amor de Maria de Betânia, Jesus disse que o que ela fizera tinha sido uma preparação antecipada para a morte d’Ele. Conforme somos informados na sequência da história dos Evangelhos, Maria de Betânia não estava entre as mulheres que foram ao sepulcro ungir o corpo do SENHOR no domingo da ressurreição. Se ela não tivesse sido diligente em expressar Seu amor ao SENHOR durante a ceia na sua cidade, não teria tido outra oportunidade.

Que o exemplo de Maria possa mover nossos corações a manifestar, de modo prático, o quanto amamos a Cristo, sem nos importarmos com o que as pessoas possam pensar ou falar. Hoje é o melhor dia para mostrarmos o quanto amamos ao SENHOR. Como Maria, expressemos esse amor diligentemente.