Meditações no Evangelho de João (68): A Promessa que Acalma o Coração
Em João 14:1-3, enquanto consolava Seus discípulos, o SENHOR Jesus disse: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também.”
Essas palavras ganham um sentido todo especial quando levamos em conta o contexto em que foram proferidas. Era um momento sensível, repleto de suspense e incertezas. Jesus falara sobre Sua morte e indicara que seria traído por um dos Seus discípulos. Ele, também, já havia dito que, em breve, teria de separar-se dos discípulos. Não foi fácil para eles ouvirem o SENHOR dizer: “Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco; buscar-me-eis, e o que eu disse aos judeus também agora vos digo a vós outros: para onde eu vou, vós não podeis ir.” Além disso, Jesus antecipara que, na hora da maior angústia, os discípulos iriam abandoná-l’O. Por várias razões, inclusive por causa da comoção do momento, os discípulos não conseguiam entender claramente o significado das palavras do SENHOR. Uma coisa, porém, todos sabiam: algo grave e profundamente assustador estava para acontecer, e essa sensação trazia profunda tristeza ao coração dos discípulos. Foi, nesse contexto, que Jesus disse para eles que não se perturbassem, mas confiassem na promessa do Céu.
Em João 14:1, ao fazer referência ao coração, Jesus não estava pensando no músculo que bombeia sangue para o nosso corpo. Na Bíblia, coração significa o homem interior, a nossa alma, o nosso verdadeiro eu, o elemento invisível com o qual optamos pela crença ou pela descrença. Em Romanos 10:10, Paulo declara que é com o “coração se crer para a justiça”. Em Lucas 21:34, Jesus também diz: “Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as consequências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo”. Essas referências ensinam que o coração é a sede da nossa vida mental, emocional e espiritual.
Jesus, sendo verdadeiro homem, sabia muito bem o que significava ter um coração perturbado. Em João 11:33, está escrito: “Jesus, vendo-a chorar, e bem assim os judeus que a acompanhavam, agitou-se no espírito e comoveu-se.” Isso aconteceu antes da ressurreição de Lázaro, no momento em que Jesus observou a tristeza de Maria e dos demais judeus que a acompanhavam. Por experiência própria, Jesus sabia bem como estava o espírito dos discípulos nos momentos que antecederam Sua morte e ressurreição.
Em nossos dias, o que mais encontramos são pessoas com o coração perturbado. Medo, ansiedade, preocupação, angústia e depressão são as palavras do momento. Cada vez mais, as crises emocionais se avolumam. Os desafios dos últimos dias têm lançado mais e mais pessoas no desespero.
Por essa razão, é muito importante ouvirmos a voz do SENHOR, que nos diz para ficarmos calmos em virtude das promessas de que, no Céu, na casa do Seu Pai, há muitas moradas, e que, ali, um dia, os filhos de Deus estarão morando para sempre com Jesus. Quem tem a certeza do Céu tem o melhor motivo para não ter seu coração dominado pela perturbação. A vida presente pode ser desafiadora, contudo, sendo um salvo em Cristo, você pode descansar no fato de que, em breve, toda luta terá passado, e seu coração descansará em perfeita paz.