Meditações no Evangelho de João (71): A Promessa do Consolador
O tempo de convivência com Cristo tinha sido maravilhoso. Mas era chegada a hora da partida do SENHOR. Jesus dissera claramente: “Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco; buscar-me-eis, e o que eu disse aos judeus também agora vos digo a vós outros: para onde eu vou, vós não podeis ir” (João 13:33).
Vendo que, por causa dessas palavras, a tristeza encheu o coração dos discípulos, Jesus os confortou com uma promessa maravilhosa: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós” (João 14:16-17).
Jesus já havia se referido ao Espírito Santo anteriormente. No encontro com Nicodemos, por exemplo, Ele falou que, para uma pessoa entrar no reino de Deus, era necessário “nascer da água e do Espírito” (cf. João 3:5). Em João, capítulo 14, o SENHOR dá novas e preciosas informações sobre a pessoa e a obra do Espírito Santo, as quais podem ser resumidas em três pontos.
Primeiro, Jesus afirma que o Espírito Santo é uma Pessoa. O ministério de consolação, que seria realizado pelo Espírito de Deus, demandaria necessariamente um agente pessoal. As seitas unitarianas, que negam a Trindade divina, afirmam que o Espírito Santo não é um Ser pessoal, mas somente a força ativa de Deus, que pode atingir, mover ou impactar alguém. Só que, quanto à consolação, pela própria natureza desse ministério, não seria algo que poderíamos propriamente consignar a uma força. Além disso, em João 14:17, no texto grego, Jesus usa pronomes pessoais em referência ao Espírito Santo. Se Ele estivesse falando de uma força, com certeza, João teria registrado a fala do SENHOR usando pronomes neutros, que eram um tipo de pronome disponível e comum no grego do Novo Testamento.
Segundo, Jesus descreve o ministério do Espírito, afirmando que Ele seria “outro Consolador”. A palavra “consolador” significa conselheiro, auxiliador, defensor, advogado ou assistente legal. Esse seria, portanto, o importante papel que o Espírito Santo desempenharia no coração dos verdadeiros cristãos, após a ascensão do SENHOR.
Por fim, em João 14:16, Jesus afirma a perfeita semelhança entre Ele e o Espírito. É o que vemos, por exemplo, na expressão “outro Consolador”. Aqui, o que devemos notar é que, na língua grega, existem palavras diferentes para designar o “outro” do mesmo tipo e o “outro” de natureza diferente. Jesus usou a primeira opção, deixando claro que Ele e o Espírito Santo são Pessoas distintas que compartilham a mesma natureza. São separados na individualidade, mas iguais na divindade.
A promessa do envio do Espírito Santo é muito preciosa para os filhos de Deus. É o Espírito que comunica ao nosso coração o consolo e a presença de Deus. Mesmo que, no momento, não possamos desfrutar da presença física de Jesus, estamos certos de que Ele está conosco por causa do Espírito que enviou e permanece em nós.
Em meio às lutas e dores da vida, quem é seu consolador, conselheiro e defensor? Entregue a Cristo a direção do seu viver e você terá, para sempre, a companhia do divino Conselheiro.