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As Maravilhas do Natal (1) Uma história além do tempo

Tudo começou quando ainda não havia tempo, e as aferições cronológicas se perdiam nas fronteiras infinitas da eternidade. Foi, nesse misterioso e insondável contexto, que o Deus trino, revelado na Sagrada Escritura decidiu criar todas as coisas. Assim, movido por Seu bom propósito, a Divina Trindade, que faz todas as coisas segundo o conselho da Sua vontade, estabeleceu que a imagem e a semelhança do Criador seriam representadas por uma criatura especial, o homem. 

Segundo deliberações soberanas do Deus trino das Sagradas Escrituras, o Pai daria um presente especial para o Filho: um povo que refletisse no mundo a Sua glória. Desse modo, o Filho, que era unigênito, passaria a ser o primogênito entre muitos irmãos. Porém, para que esse povo cumprisse o propósito da sua criação, o Filho precisaria pagar o preço do resgate que o livraria do império das trevas, levando em conta que “a redenção da alma deles é caríssima…”, como lemos em Salmos 49:8. De fato, o preço demandava a morte do SENHOR da glória, que teria de carregar sobre os ombros o terrível peso da vergonha e do horror eternos. Apesar desse altíssimo preço, o Filho aceitou executar o plano do Pai. O Espírito, completamente de acordo, deu Seu aval e aceitou acompanhar o Filho na humilhação e trazer, pelo convencimento do Evangelho, aqueles que iriam formar o povo que manifestaria no mundo a Sua glória. E, porque esse projeto foi elaborado antes que Deus tivesse criado o tempo, o apóstolo João se refere a Cristo, em Apocalipse, como o “Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13:8). 

A história do nascimento de Jesus não começou na Judeia, na época de imperador César Augusto. A história do Natal tem suas coordenadas nas latitudes eternas. Quando o conselho eterno da Santíssima Trindade delineou o plano de redenção do pecador por intermédio da morte de Cristo, teve que determinar a encarnação do Filho, já que, para que o Deus Filho pudesse morrer, Ele precisaria, naturalmente, nascer como homem. O Natal é a celebração desse maravilhoso plano da encarnação, que é o degrau inicial da escada que faz o projeto divino chegar ao ápice na morte e ressurreição do Filho. Jesus nasceu para morrer pelos nossos pecados; e nisso está a importância da natividade. 

É por isso que, quando o um anjo do SENHOR anunciou a José o nascimento de Jesus, disse que o menino deveria ser chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mateus 1:21). No momento da anunciação, já foi antecipado o final da história: a salvação dos pecadores por meio do Filho. Por isso, também, o apóstolo Paulo fala do cumprimento da promessa messiânica como a chegada da plenitude do tempo. Em Gálatas 4:4-5, lemos: “Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos”.

Jesus nasceu. O plano eterno foi cumprido. Está aberto o caminho que leva ao Pai. Com os anjos, louvemos ao SENHOR dizendo: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lucas 2:14).