As Maravilhas do Natal (13): Uma especial manifestação da graça de Deus
São tocantes as palavras do apóstolo Paulo na Epístola a Tito, capítulo dois, verso onze: “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens”. A graça de Deus, o imerecido favor que nos alcança a partir da boa e livre vontade do SENHOR, é uma bênção manifestada, não um alvo por nós conquistado.
A manifestação da bendita graça de Deus está perfeitamente representada no relato do nascimento de Cristo registrado no Evangelho de Lucas, pois, no capítulo primeiro, verso vinte e seis, está escrito: “No sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado, da parte de Deus, para uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com certo homem da casa de Davi, cujo nome era José; a virgem chamava-se Maria”.
O primeiro movimento da graça de Deus nesse texto está no envio do anjo Gabriel. Esse mensageiro divino foi enviado a uma região desprezada – Galileia; a um vilarejo insignificante – Nazaré; a fim de falar com uma jovem desconhecida – Maria. Aos olhos humanos, Gabriel, cujo nome significa “homem de Deus”, poderia ter se dirigido a um local mais interessante e promissor. Contudo, assim aconteceu porque, como Deus disse ao profeta Samuel acerca do jovem Davi: “Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração” (1Samuel 16:7).
Galileia, no norte de Israel, era uma região desprezada pelos judeus e considerada por eles como um local de trevas espirituais, por ser morada de muitos gentios, isto é, de pessoas pertencentes a outras nações. Essa, talvez, fosse a razão de os judeus afirmarem que não era possível um profeta surgir da Galileia (João 7:52). Entretanto, por causa da graça de Deus, da Galileia irradiou a Luz do Céu, Jesus Cristo, “a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem” (João 1:9).
Quanto a Nazaré, era também um local desprezível aos olhos de muitos. Em João 1:46, quando Felipe tentou apresentar Jesus como o Messias, vindo de Nazaré, Natanael perguntou: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?” Nazaré era um vilarejo sem expressão, cujo nome sequer figura no Antigo Testamento.
Portanto, os locais e as pessoas que compõem o cenário do Natal são uma prova de que “Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1Coríntios 1:28-29).
Enquanto nos aproximamos do Natal, meditemos na graça de Deus que “se manifestou salvadora a todos os homens”. Lembremo-nos de que Deus, por ser gracioso, enviou seu Filho ao mundo para nos proporcionar a maior de todas as dádivas: a salvação eterna. Natal é tempo de refletirmos sobre a graça de Deus e de, unindo as nossas vozes às dos anjos, cantarmos: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lucas 2:14).