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Edição extra: Orando por uma Cidade em Desespero

“Bom dia Pastor, estamos vivendo a dor da perda; meu irmão de 58 anos acabou de falecer de COVID. Não era salvo, e minha mãe, agora com 85 anos, está inconsolável. Eu estou com suspeita de COVID, não posso ficar com ela. Por favor, precisamos das vossas orações”. Recebi essa triste mensagem ontem pela manhã, enviada por uma irmã de Manaus. Estava orando por esse senhor há alguns dias. Infelizmente, ele não resistiu. 

Se você, como eu, tem uma lista ou planilha de oração, deverá ter notado que o item “doentes de COVID” aumenta diariamente. Em certas cidades, o sistema de saúde já entrou em colapso devido ao excessivo número de pessoas procurando os hospitais. E, pelo que sabemos, a cidade de Manaus, atualmente, encabeça a lista no ranking de locais com maior incidência da doença. As notícias que temos ouvido dão conta de que a capital do Amazonas está vivendo um verdadeiro estado de calamidade pública. 

Enquanto penso e oro pela cidade de Manaus, especialmente pelos queridos irmãos que estão lá, vem à minha mente o texto de Gênesis, capítulo 18. Nesse capítulo, lemos acerca do incidente na vida de Abraão, no qual o patriarca insiste com Deus, intercedendo em favor das cidades de Sodoma, Gomorra e outras localidades próximas na campina do Jordão. Em Salmos 25:14, lemos: “A intimidade do Senhor é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança.” Assim, quando o SENHOR decidiu destruir aquelas cidades, resolveu compartilhar o fato com Seu amigo Abraão. 

Ao saber que o juízo de Deus estava para ser derramado sobre Sodoma e Gomorra, Abraão não ficou indiferente, ao contrário, ergueu-se com ousada disposição, a fim de interceder em favor do povo daquelas cidades. Abraão conhecia a Deus e tinha uma certeza: Deus, o Juiz de toda a Terra, não cometeria injustiça (cf. Gn 18:25). Estimulado por tal convicção, ele orou, pedindo que Deus poupasse as cidades por amor dos poucos justos que ele imaginava que moravam lá. Abraão começou perguntando se Deus pouparia a cidade de Sodoma, onde habitava seu sobrinho Ló, se nela houvesse 50 justos. A resposta de Deus foi afirmativa. Então, Abraão, querendo ter uma margem de segurança, perguntou se Deus faria o mesmo se, em Sodoma, houvesse apenas 45 justos. Novamente, Deus respondeu de modo afirmativo. Aproveitando a liberdade dada pelo SENHOR, Abraão resolveu seguir pedindo-Lhe misericórdia; mas, a cada nova intercessão, o patriarca de Israel baixava o número dos possíveis justos moradores da perversa cidade de Sodoma, chegando a perguntar se o SENHOR pouparia a cidade, se nela se encontrassem apenas dez justos. Deus, uma vez mais, respondeu afirmativamente. E Abraão terminou sua oração. Provavelmente, ele concluiu sua súplica certo de que o juízo de Deus não viria. Infelizmente, dez justos ainda era um número alto demais para a cidade.

Longe de mim fazer qualquer associação direta entre Sodoma e Manaus. O meu ponto aqui é o seguinte: se Abraão, sozinho, teve ousadia e confiança para interceder por uma cidade, não deveríamos nós, também, lutarmos com Deus em favor da cidade de Manaus? Com toda certeza, a capital do Amazonas tem mais de 50 justos. E, como vemos em Gênesis, capítulo 18, e em outros textos bíblicos, Deus estende Sua infinita misericórdia sobre comunidades inteiras por causa dos Seus filhos. Não sabemos o que Deus está querendo realizar em Manaus, e como a presença da morte poderá motivar muitos a deixarem o pecado e se renderem a Cristo. Entretanto, uma coisa é certa: Deus não somente age para proteger o Seu povo como também estende bondade até sobre os que O rejeitam. Ensinando sobre o amor ao próximo, Jesus disse no Sermão do Monte: “Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos.” (Mateus 5:44-45)

Gostaria de convidar todos a que clamemos a Deus em favor da cidade de Manaus, certos de que, naquela cidade, há muitos justificados em Cristo e que, por amor a esses, a bênção do livramento da morte poderá se estender a toda a cidade.  

“Então, partiram dali aqueles homens e foram para Sodoma; porém Abraão permaneceu ainda na presença do Senhor” (Gênesis 18:22). Fiquemos nós, também, na presença do Senhor, intercedendo pela cidade de Manaus.