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Meditando nas Escrituras (11): A Origem da Palavra de Deus

Nada surge do nada ou por acaso. Embora alguns tenham tanta fé ao ponto de atribuir ao “deus acaso” a origem do mundo e do homem, a verdade é que a criatura será sempre um reflexo do seu criador. Assim, quando nos chegar às mãos um livro sagrado, seja de que crença for, é recomendável perguntar: Quem é o autor dessa obra? Como ela veio a ser composta?

O apóstolo Pedro nos exorta a que nos apeguemos à mensagem dos profetas de Deus, considerando-a como “uma candeia que brilha em lugar tenebroso” (cf. 2Pedro 1.19). Ao fazer tal exortação, o apóstolo tem o cuidado de respaldar seu conselho revelando a origem da Palavra de Deus. É o que vemos em 2Pedro 1:20-21, onde está escrito: “sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.”

Para não perder a ênfase de Pedro, devemos observar que ele é categórico em afirmar que “nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação”. Essa expressão pode ser interpretada de diferentes maneiras, mas seu significado está claro no contexto. Pedro está dizendo que a profecia bíblica não tem sua origem no próprio profeta. Deus é a fonte divina das Escrituras. Em outras palavras, o apóstolo está comunicando que o conteúdo das Escrituras não nasceu a partir de reflexões ou insights dos seus escritores. 

A confirmação dessa conclusão pode ser percebida na seguinte frase: “porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.” Embora Deus tenha usado muitos homens para registrar Sua revelação especial, a vontade de tais homens não foi determinante no processo de elaboração do texto sagrado. Isso não anula a participação humana, o vocabulário e o estilo individual de cada escritor podem ser observados facilmente nos diferentes textos. 

No texto que estamos considerando, por exemplo, podemos perceber a idiossincrasia de Pedro quando ele afirma que os homens escolhidos por Deus para escrever as Escrituras “falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”. O termo “movidos” é o mesmo usado para falar sobre barcos que são “carregados” ou impulsionados pelo vento que bate em suas velas. Como sabemos, Pedro era pescador antes de ser chamado para ser apóstolo de Cristo. Então, enquanto escreve acerca da inspiração divina das Escrituras, ele lança mão da imagem dos barcos que eram levados pelos ventos no Mar da Galileia. Aqui, Pedro insere no texto um elemento próprio da sua experiência particular como antigo pescador. Ou seja, ele não está escrevendo em êxtase, numa espécie de escrita psicografada comum entre os que seguem as religiões ligadas, por exemplo, à doutrina espírita. Na verdade, o Espírito de Deus não trabalha dessa maneira. Sabemos disso porque, em 1Coríntios 14:32, está escrito: “Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos próprios profetas.”

A Bíblia é a carta celeste que Deus nos deu por meio de homens santos, inspirados pelo Espírito Santo. Se você acredita dessa forma, não perca tempo. Decida que vai inserir a leitura e a meditação das Escrituras no seu programa diário. Se você fizer isso, garanto que logo os efeitos da Palavra de Deus irão causar impacto em todas as áreas da sua vida.