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Meditando nas Escrituras (15): A Gloriosa Revelação da Palavra

O Salmo 19 está entre os mais conhecidos da Escritura. Esse salmo fala dos dois meios pelos quais Deus se desvenda aos homens: a criação e a Sagrada Escritura. Em teologia, comumente, esses canais de revelação divina são chamados de revelação geral e revelação especial respectivamente. A nomenclatura tem uma razão clara. A revelação geral, por exemplo, recebe esse nome porque está disponível a todos os homens, em todos os lugares e em todos os tempos. Salmos 19:1-6 é onde Davi discorre acerca da revelação geral. É o que vemos de modo bastante claro no verso primeiro, que diz: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.” Evidentemente, não existe nada mais geral ou universal do que a manifestação do Criador por meio do firmamento e do movimento harmônico e essencial da Terra e do sol. 

As maravilhas da natureza falam de modo impressivo sobre o seu Criador. Embora os homens tentem calar a voz da criação, procurando explicar sua origem por meio de “fábulas engenhosamente inventadas”, a verdade é que “os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas”. Por esse motivo, diz o apóstolo Paulo, “Tais homens são, por isso, indesculpáveis!” (Romanos 1:20). Tudo isso é verdade, e Davi enfatiza o valor da revelação geral na primeira parte do Salmo 19. No entanto, após apresentar a abrangência e a validade desse modo de revelação, o escritor sagrado passa a descrever a revelação especial – a Sagrada Escritura, reconhecendo seu valor superior em nos levar ao conhecimento de Deus.

Na sua apresentação da revelação especial, o salmista segue um padrão descritivo. Tomemos, por exemplo, o verso sete, que diz: “A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices.” Nesse versículo, em primeiro lugar, Davi dá um título à Palavra de Deus, designando-a de “a lei do SENHOR”. Em seguida, temos a declaração de uma característica ou atributo da Palavra do SENHOR: “perfeita”. Finalmente, Davi fala sobre a eficácia da Palavra: Ela “restaura a alma”. Esse é o esquema usado pelo Espírito Santo ao inspirar o rei Davi na escrita do Salmo 19. 

Nos próximos devocionais, teremos oportunidade de refletir vagarosamente nessas verdades, quando iremos nos deliciar com aquilo que o Senhor Deus nos diz acerca da Sua própria Palavra. Por enquanto, guardemos em nossa mente o fato de que, se quisermos conhecer a Deus, nada é melhor do que estudar a Sua Palavra. Os céus proclamam a glória de Deus, e isso é bom. A Palavra do SENHOR, porém, nos apresenta didaticamente o plano de redenção do pecador, no qual vemos a glória, a graça, a bondade, a misericórdia e o grande amor do SENHOR. A revelação especial é necessária até mesmo para percebermos, com mais nitidez, a grandeza do Criador por meio da Sua criação.

Enquanto nos preparamos para estudar o salmo da revelação divina, oremos como o salmista em Salmos 199:18: “Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei”.