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Descansando no cuidado do Pai

“Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6.31–33)

Na conhecida parábola do filho pródigo (Lucas 15), Jesus apresenta um pai amoroso e seus dois filhos perdidos. Um filho perdido fora de casa e outro perdido dentro de casa. É fácil entender o problema do filho que saiu de casa. Ele assumiu sua rebeldia diretamente. Desprezou o pai, desejou sua morte, tomou antecipadamente sua parte da herança e partiu para uma vida desregrada e mundana, desperdiçando, assim, os bens do seu amoroso pai.

O outro filho, ao contrário, tinha o perfil do filho ideal. Através dos anos, ele havia trabalhado para o pai de modo exemplar. Na sua própria avaliação, o pai não tinha do que reclamar, pois, como ele mesmo disse, “jamais transgredi uma ordem tua”. Além disso, na sua concepção, se o pai queria fazer uma festa para um filho, ele tinha méritos para ser o escolhido. Por isso, ele estava ressentido e disse ao pai: “Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado.” (Lucas 15.29–30). Surpreso com essa reação do filho mais velho, o pai disse: “Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu” (Lucas 15.31). Em outras palavras, o pai estava dizendo: “Meu filho, você não é empregado. Você não precisa trabalhar para ter direito ao meu amor e aos meus bens. Tudo que é meu é teu”. O jovem era filho, mas tinha o coração de servo. Seu orgulho e sua justiça própria não lhe deixavam tranquilo em receber a generosidade do pai. Ele trabalhava não porque amava o pai, mas porque amava a si mesmo. Ele não queria a graça do pai, todavia desejava poder exigir direitos adquiridos, tendo, assim, do que se gloriar.

Quando Jesus nos ordena a parar de viver preocupados, Sua exortação não é feita no vácuo. Não devemos ficar preocupados, porque o Pai celeste sabe das nossas necessidades. Esse Pai mantém toda a criação e faz isso não porque a criação mereça Seu cuidado, mas porque Ele é bom, e Sua misericórdia dura para sempre.

Se, mesmo sabendo disso, eu continuo ansioso, lutando para manter o controle do amanhã por meio da minha própria força, estou dizendo, com minhas atitudes, que eu não confio no amor do Pai celeste, que Ele poderá esquecer as Suas promessas ou, possivelmente, que Ele não terá poder para cumpri-las. Não digo isso com palavras, naturalmente, contudo as atitudes manifestam a voz do coração.

Aqui, a parábola dos dois filhos e o ensino de Jesus sobre ansiedade se interceptam. O Pai diz que Ele cuida de mim e suprirá minhas reais necessidades; e que, por isso, devo viver o hoje sem me consumir pelo amanhã. Se tais palavras não acalmam meu coração, talvez eu até seja um filho de Deus, mas não me considero como tal. Não consigo descansar nos braços do Pai, porque estou sempre querendo fazer algo para poder exigir o favor d’Ele. Eu não conheço a graça do SENHOR, apenas o esforço orgulhoso para ganhar o favor do SENHOR.

Outra possiblidade é que, talvez, eu não seja mesmo um filho de Deus. Eu o reconheço como o Todo-poderoso criador e sustentador de todas as coisas, porém o relacionamento paternal não é um fato, porque ainda não aconteceu o novo nascimento.

Qualquer que seja o seu caso, busque “em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6.33).

"Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11.36).

Eu sou Jenuan Silva Lira, pastor da IBBP - Fortaleza. Este foi mais um episódio de “A Semente”. Para entrar em contato, escreva para asemente@ibbp.org. Para sermões e estudos dados na nossa igreja, inscreva-se o canal da IBBP no Youtube. Tenha um bom final de semana na presença do SENHOR.