Meditando nas Escrituras (29): Tendo Prazer na Lei do SENHOR
Leitura: Salmos 119:17-24
Blaise Pascal, famoso matemático, físico, inventor, filósofo e teólogo francês do século XVII, disse certa vez: “Todos os homens buscam a felicidade. E nisto não há exceção. Mesmo empregando diferentes meios, todos seguem em direção ao mesmo objetivo… a vontade nunca dá um passo, por menor que seja, senão movida por esse alvo. Esta é a motivação de cada ação que é praticada por cada homem, até mesmo por aqueles que tiram a própria vida”. Não podemos negar a verdade dessas palavras, pois todos sabemos que a felicidade e o prazer são o alvo final que move nosso pensamento, vontade e ação. A grande pergunta, no entanto, é: onde podemos achar a felicidade?
É interessante que os primeiros versículos do Salmo 1 tratam do tema da felicidade. Em primeiro lugar, o salmista apresenta o que não faz parte da vida do homem que deseja ser feliz. Contudo, no versículo dois, descrevendo o que caracteriza o homem bem-aventurado, o salmista afirma: “Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite” (Salmos 1:2).
Sabendo disso, não deveríamos nos surpreender com o fato de que o tema do prazer apareça repetidamente no Salmo 119. De modo claro, oito vezes o salmista afirma que sua alma encontrava pleno prazer na Lei do SENHOR, sendo esse um dos temas abordados na terceira estrofe, nos versículos 17 a 24.
A estrofe começa com o salmista pedindo ao SENHOR que, segundo Sua generosidade, conceda-lhe a dádiva da vida e da obediência aos Seus mandamentos (v. 17). E, para que isso aconteça, ele também pede que Deus lhe dê percepção para enxergar acuradamente as maravilhas contidas na Palavra do SENHOR (v. 18). Sabendo que a vida presente não passa de uma breve peregrinação, o autor sagrado pede que Deus não lhe permita ignorar os Seus mandamentos (v. 19), pois sua alma se consome de tanto anelar pelo conhecimento da revelação divina (v. 20).
Sabendo que o SENHOR amaldiçoa os que se rebelam contra Sua Palavra (v. 21), ele roga que Deus o abençoe, uma vez que seu prazer está na Lei do SENHOR (v. 22). No final da estrofe, nos versículos 23 e 24, o salmista reforça seu apego à Palavra de Deus, ao dizer que, ainda que pessoas poderosas se levantem contra ele, essa ameaça não desviará sua atenção dos mandamentos do SENHOR (v. 23). E a razão é esta: “Com efeito, os teus testemunhos são o meu prazer, são os meus conselheiros” (v. 24).
O verdadeiro prazer é um presente de Deus, que nos move a glorificar o Pai Celeste, de Quem procede “toda boa dádiva e todo dom perfeito” (Tiago 1:17). Deus nos criou de um modo que somos naturalmente atraídos para o que nos traz felicidade. Nosso problema é que, uma vez que nascemos contaminados pelo pecado, temos a tendência de gostar daquilo que deveríamos aborrecer, e desprezar aquilo em que deveríamos ter prazer. Disciplinemos a nós mesmos para ler e meditar nas Escrituras, até que possamos dizer que os testemunhos do SENHOR são o nosso real prazer. Assim, poderemos estar certos de que teremos uma vida feliz, assegurados na promessa feita ao que se deleita na Lei do SENHOR, acerca do qual, em Salmos 1:3, está escrito: “Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido.”