Meditando nas Escrituras (43): Firmado na Palavra de Deus
Leitura: Salmos 119:129-136
O Salmo 73, escrito por Asafe, é um marcante testemunho da sua luta espiritual em que ele, por pouco, não naufragou na sua confiança em Deus. Asafe tirou os olhos das promessas do SENHOR e caiu no abismo da autocomiseração, achando que a prosperidade estava com os que aborrecem a Deus. Asafe introduz seu testemunho afirmando a bondade de Deus e, logo em seguida, apresenta a essência do seu dilema, dizendo: “Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés; pouco faltou para que se desviassem os meus passos” (Salmos 73:2). Se formos honestos, precisaremos admitir que o dilema de Asafe não está longe de qualquer um que decida seguir o caminho do SENHOR. Assim, reconhecendo a realidade dessa perigosa armadilha espiritual, o autor do Salmo 119 fala sobre a importância de estarmos apegados à Palavra de Deus, para que não venhamos a naufragar na nossa fé em Deus.
Ao longo do Salmo 119, notamos que o salmista está sendo testado em sua fé. Ele está cercado por pessoas que aborrecem a Lei do SENHOR, as quais tentam desencaminhá-lo por meio da opressão mental, emocional e espiritual (v. 134). Felizmente, o salmista já tem meditado suficientemente nas Escrituras, para reconhecer que elas são admiráveis (v.129). É essa visão da Escritura que predispõe o salmista à obediência à Palavra de Deus. Se considerarmos atentamente os preceitos do SENHOR, nossa mente e coração serão iluminados com a luz da verdade e, assim, teremos prazer em obedecer aos mandamentos do SENHOR.
No versículo 130, o salmista mostra que a Palavra de Deus é o instrumento divino pelo qual podemos ganhar discernimento. É disso que ele está falando, quando declara: “A revelação das tuas palavras esclarece e dá entendimento aos simples.” Entre outras coisas, a Palavra de Deus é admirável por Sua capacidade de nos dar sabedoria para não sermos presas do mundo ou do engano do nosso próprio coração. Dizendo em outras palavras, o versículo 130 está afirmando que, quando somos expostos à Palavra de Deus, ela funciona como uma janela espiritual por onde passa a luz que emana da sabedoria divina. Sem essa iluminação, nossos pés podem resvalar diante das estratégias do império das trevas. Não é sem razão que o salmista pede ao SENHOR: “Firma os meus passos na tua palavra, e não me domine iniquidade alguma” (v. 133). Não existe outro meio de ficarmos firmes senão por meio da instrução que vem da Palavra do SENHOR. Por isso, o autor sagrado, para falar do quanto dependia das Escrituras, declara: “Abro a boca e aspiro, porque anelo os teus mandamentos.” (v. 131). Aqui, o salmista fala da Palavra de Deus como se ela fosse o próprio ar que ele respira.
A estrofe termina com o salmista pedindo que o SENHOR resplandeça Seu rosto sobre ele e lhe ensine os Seus decretos (v. 135). É interessante que o escritor sagrado pede que a misericórdia do SENHOR venha acompanhada da bênção espiritual da compreensão da verdade revelada nas Escrituras. O salmista tem tanto apreço pela Palavra de Deus que ele chora ao ver que os homens desprezam o tesouro da revelação do SENHOR.
Os inimigos da verdade estão a nossa volta. Os sábios e poderosos deste mundo não medem esforços para desencaminhar os passos dos que desejam andar sob a luz da Palavra do SENHOR. Para que possamos resistir às investidas do mal, precisamos da iluminação espiritual que encontramos nas Escrituras, pois, como nos ensina o Salmo 19: “A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices” (Salmos 19:7).