Meditando nas Escrituras (47): O Refúgio Verdadeiro da Palavra do SENHOR
Leitura: Salmos 119:161-168
“Seguro estou, não tenho temor do mal; / Sim, guardado pela fé em meu Jesus. / Não posso duvidar desse amor leal, / Ele em seu caminho sempre me conduz.” Se você tiver qualquer familiaridade com o antigo Cantor Cristão, sem dúvida, lembrar-se-á dessa inesquecível canção, “Refúgio Verdadeiro”, que tem motivado muitos corações à confiança no SENHOR.
O temor aos homens é um dos nossos maiores problemas. Em Provérbios 29:25, Salomão diz: “Quem teme ao homem arma ciladas, mas o que confia no Senhor está seguro.” Não podemos negar que, por vezes, os homens nos causam grande medo. Mas, se você, à semelhança do autor do hino, puder dizer: meu coração está “guardado pela fé em meu Jesus”, poderá também afirmar que está seguro e não tem temor do mal. A penúltima estrofe do Salmo 119 fala sobre como e por que o salmista permanecia seguro no SENHOR, apesar da severa perseguição que enfrentava.
Visto que o texto fala de príncipes (v. 161) como sendo os protagonistas da perseguição, é bem provável que o salmista, naquele momento, estava sendo considerado como inimigo do Estado por causa da sua fé. Se esse era o caso, o autor sagrado estaria sofrendo o mesmo que Davi sofreu às mãos de Saul. Por cerca de dez anos, Davi foi perseguido como se fosse um inimigo do rei e da nação. Em 1Samuel 26, temos o relato de um encontro entre Davi e Saul. Davi perguntou ao rei: “Por que persegue o meu senhor assim seu servo? Pois que fiz eu? E que maldade se acha nas minhas mãos?” (1Samuel 26:18).
O salmista tinha discernimento bastante para reconhecer que ele estava na mira de homens que tinham poder para lhe fazer mal, porém ele não estava em pânico nem com crise de ansiedade. Em vez de temer as consequências de desapontar os homens, o salmista temia mesmo era as consequências de violar os mandamentos do SENHOR. Assim, absolutamente convicto de que devia temer somente a Deus, ele via a si mesmo como um guerreiro vitorioso que se apropriava de grandes despojos, que, na batalha espiritual, são as preciosas promessas do SENHOR. Ele não tinha qualquer interesse nas recompensas da falsidade para com Deus; suas afeições estavam voltadas para aquilo que Deus ordena na Sua Palavra (v. 163). Para enfatizar seu apreço pelas Escrituras, no versículo 167, o salmista afirma: “A minha alma tem observado os teus testemunhos; eu os amo ardentemente”
A intensidade da provação e a capacidade destrutiva dos adversários não fizeram do salmista uma pessoa amargurada. Na verdade, por estar sempre examinando as Escrituras, o autor sagrado tinha motivo para louvar a Deus “sete vezes no dia” (v. 164), isto é, ele louvava o SENHOR o dia todo. Ele tinha plena convicção de que os que amam a Lei do SENHOR estarão sempre seguros, pois nenhum tropeço poderá fazê-los cair e deixá-los prostrados (v. 165).
Enquanto estava sendo perseguido sem causa por Saul, no esconderijo, Davi escreveu o Salmo 57, no qual ele pede que Deus tenha misericórdia dele até que passem as calamidades. Nesse salmo, no versículo 4, Davi declara: “Acha-se a minha alma entre leões, ávidos de devorar os filhos dos homens; lanças e flechas são os seus dentes, espada afiada, a sua língua” (Salmos 57:4). Era essa a mesma situação do escritor do Salmo 119. Apesar disso, ele, obedientemente, espera que o SENHOR o salve (v. 166). E a razão dessa admirável confiança, ele a compartilha no último versículo da estrofe, que diz: “Tenho observado os teus preceitos e os teus testemunhos, pois na tua presença estão todos os meus caminhos”
Leia com atenção o Salmo 119. Levante-se um pouco mais cedo para buscar a Palavra do SENHOR. Insira frases desse salmo em suas orações. Depois, busque na internet o velho cântico “Refúgio Verdadeiro”. Escute logo de manhã e, ao longo do dia, siga cantarolando: “No poder de Cristo o Mestre, / Minha vida salva está. / Do perigo que cercá-la, / Ele poderá livrá-la / Seu poder eterno sempre a susterá.”