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🌾 A SEMENTE 487 (Quarta-feira, 04/05/2021)

Meditações no Evangelho de João (102): Testemunhas do Calvário (Parte 1)

Leitura Bíblica: João 19:31-37

Nem todas as crenças são iguais. O fato de todas as religiões, inclusive a dos ateístas, existirem sobre a base da fé, isso não as coloca em pé de igualdade. No caso da fé cristã, por exemplo, há um aspecto que a torna singular diante do universo religioso em que a humanidade está imersa: o cristianismo tem suas raízes fincadas na história, na base do relato de seus primeiros pregadores, os apóstolos de Cristo, que foram testemunhas oculares dos fatos que entre eles se realizaram.  

Embora o nome do autor do quarto Evangelho não se encontre no texto, indiretamente o leitor pode identificá-lo em várias referências nas quais ele recebe o título de “o discípulo a quem Jesus amava”, como podemos ver em João 13:23 e 21:20-24. Sem grandes esforços, se examinarmos as informações bíblicas sobre os doze apóstolos, facilmente concluiremos que o “discípulo amado” não era outro senão João, filho de Zebedeu, irmão de Tiago que, além desse Evangelho, também escreveu as três Epístolas de João e o Apocalipse.

Entre os fatos que João presenciou no seu tempo de convivência com Cristo, o seu testemunho dos momentos finais da vida terrena do SENHOR é extremamente significativo. Apesar de João e os demais discípulos terem fugido no momento em que Jesus foi preso no Getsêmani, o fato é que João estava perto de Jesus na hora da crucificação. Como Jesus poderia ter entregue sua mãe aos cuidados de João se ele não estivesse ao pé da cruz? 

Outra prova de que o discípulo amado acompanhou de perto o martírio do SENHOR encontramos em João 19:34-35, onde está escrito: “Mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Aquele que isto viu testificou, sendo verdadeiro o seu testemunho; e ele sabe que diz a verdade, para que também vós creiais.” De acordo com os versículos anteriores a esse texto, em vez de quebrar as pernas de Jesus, um dos soldados abriu o lado do SENHOR, para ter certeza de que Ele estava morto. Nesse momento, por estar muito perto da cruz, João viu que, do corpo de Cristo, jorrou sangue e água. Apesar de este fato receber muitas interpretações simbólicas, a razão pela qual João o registrou foi para provar que Jesus tinha um corpo humano real que sofreu morte real.

Quando João escreveu seu Evangelho, as doutrinas heréticas conhecidas como gnosticismo e docetismo estavam negando os fatos do Evangelho. Essas doutrinas punham dúvidas quanto ao fato de Jesus ser divino e humano. Para desfazer o engano das falsas doutrinas, João se preocupou em registrar detalhes que confirmam que Jesus é verdadeiramente Deus e verdadeiramente Homem. A negação da divindade ou da humanidade de Cristo destrói a essência do Evangelho pregado pelos apóstolos. Por esse motivo, qualquer movimento religioso que negue que, na Pessoa de Cristo, habita “corporalmente toda a plenitude da divindade”, como diz o apóstolo Paulo, não faz parte do verdadeiro cristianismo, mas deve ser classificado com uma seita.

Para que não percamos o propósito principal do relato da cruz, notemos que João está compartilhando um verdadeiro testemunho “para que também vós creiais”. Sem dúvida, é recomendável que estudemos cuidadosamente os fatos do Evangelho, contudo, apenas saber não resolve o nosso problema espiritual. O conhecimento precisa descer da mente e alojar-se no coração. É preciso entender os fatos acerca do SENHOR e, na base deles, submetermo-nos completamente a Jesus como nosso SENHOR e Salvador. João deu testemunho para que possamos crer em Jesus e ganhar a vida eterna em Seu nome. É assim que você crê?