🌾 A SEMENTE 499 (Segunda-feira, 24/05/2021)
Meditações no Evangelho de João (114): A Cura das Memórias pelo Perdão do SENHOR
Leitura Bíblica: João 21:1-14
Certas experiências e sensações são verdadeiros gatilhos para ativar nossa memória. Em geral, o cheiro é um dos mais poderosos mecanismos que tem a capacidade de nos transportar ao passado, fazendo-nos reviver sensações e contemplar mentalmente imagens guardadas nos cantos mais secretos da nossa memória.
O SENHOR Jesus Cristo, criador e sustentador de todos os homens, conhece melhor do que ninguém o quanto as memórias passadas podem impactar nossa vida presente. Por isso, em João, capítulo 21, no processo de restauração de Pedro, há um detalhe interessante que nos dá a entender que, antes de Jesus restaurar Pedro, Ele primeiro despertou sua memória acerca de uma experiência desagradável, com o fim de ajudar Pedro a livrar-se do passado e a seguir pelo novo caminho que o SENHOR colocaria diante dele.
João, ao narrar a aparição de Jesus em uma madrugada, às margens do mar da Galileia, diz que, quando os sete discípulos que estavam no barco chegaram à margem arrastando cento e cinquenta e três grandes peixes, “ao saltarem em terra, viram ali umas brasas e, em cima, peixes; e havia também pão” (João 21:9). Sem dúvida, a refeição que o SENHOR preparara para os discípulos era uma expressão da Sua bondade para com Seus servos. No entanto, há um detalhe nessa história que deve ter tocado na memória de Pedro de modo especial. Segundo João, Jesus assou os peixes usando umas brasas. A palavra grega que foi traduzida como “brasa” só aparece duas vezes em todo o Novo Testamento: aqui e na ocasião em Pedro negou o SENHOR, conforme lemos em João 18:18. Por meio desse texto, ficamos sabendo que uma das negações aconteceu enquanto Pedro se aquecia em torno de um braseiro. É muito provável que, ao utilizar o mesmo tipo de brasa para assar os peixes às margens do mar da Galileia, o SENHOR tenha usado a visão e o olfato de Pedro para ensinar que, quando uma pessoa é perdoada e restaurada pelo SENHOR, ela pode seguir a vida livre de qualquer peso de culpa que, porventura, reste-lhe por conta do seu passado.
Não podemos negar que o passado afeta diretamente o nosso presente, mas isso não significa que o que fomos, necessariamente, determinará o que somos. Há pessoas que se sentem vítimas impotentes por causa do que praticaram ou do que sofreram. A história da restauração de Pedro nos ensina que Jesus quer nos perdoar e nos renovar plenamente, embora conheça perfeitamente o que fomos e o que fizemos. Portanto, se os cheiros e os sons do passado lhe causam dor, o remédio não está em regressar ao passado, a fim de se ajustar o presente. Independentemente das suas marcas anteriores, em Cristo tudo se faz novo.
Em Salmos 103: 12-13, está escrito: “Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões. Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem.” Quando, por abraçar o Evangelho, somos agraciados com o perdão de Deus, podemos descansar na certeza de que nossa conta, a despeito do seu tamanho, foi paga na cruz do Calvário. A ressurreição é a prova de que o Pai aceitou o sacrifício do Filho. Assim, já não somos “filhos da ira” (cf. Ef. 2:2); somos alvo da compaixão paternal de Deus.
Se você luta com as lembranças amargas do passado, saiba que você não precisa de regressão, porém, de perdão, renovação e salvação. Tudo isso você encontrará plenamente na Pessoa de Cristo. É por isso que Paulo, quando foi Salvo por Jesus, declarou: “Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Filipenses 3:13-14).
Confie em Jesus e você será uma nova criatura, seguindo uma nova história.