Voltando para a casa do pai
“Continuou: Certo homem tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres” (Lucas 15.11–12).
O golpe não podia ser maior. De repente, contrariando todas as possibilidades, o pai foi surpreendido com a triste exigência do filho mais jovem, que pedia antecipadamente sua parte na herança.
Mesmo que não fosse anormal a prática de dividir a herança antecipadamente, tal pedido era um duro golpe contra o pai. Muito além da significante perde patrimonial, o problema era que, com sua reivindicação, o filho estava dizendo que, para ele, o pai era considerado morto.
Tudo que esse jovem queria era romper com aquilo que lhe trazia à memória a vida perto do pai. Ele queria liberdade para ouvir a voz do seu próprio coração. E, para ter certeza de que não seria importunado sequer pela lembrança de casa, partiu para uma terra distante, passando a viver dissolutamente.
Salomão afirma: “Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte.” (Provérbios 14.12). Foi exatamente isso que aconteceu com o jovem. Em pouco tempo tinha perdido tudo, passando a viver na miséria, mas ninguém lhe dava nada. Para sobrevier, foi forçado a comer as alfarrobas que os porcos comiam. O sonho dourado de uma vida feliz e próspera no pecado, começava a se tornar um pesadelo. A promessa de liberdade terminou em escravidão, a promessa de sucesso terminou em decepção; a promessa de vida conduzia à morte.
Sozinho, faminto e abandonado, o jovem lembrou da bondade do seu pai. Tal lembrança o fez tirar os olhos da sua condição miserável e ganhar um pouco de esperança. O sofrimento fez o jovem olhar o pai com outros olhos. Assim, movido pela expectativa do amor imerecido do pai, o jovem caiu em si e resolveu fazer o caminho de volta. Era duro ter que olhar nos olhos do pai a quem ele havia desejado a morte. Mas a dor era maior que a vergonha. Então, engolindo o próprio orgulho, o jovem resolve retornar para casa. Desse modo, ele estava mostrando a realidade do seu arrependimento. A pessoa arrependida muda de mente, esquece as coisas que para trás ficam, assume culpa por seu pecado, confessa, deixa e alcança misericórdia (Provébios 28:13).
Assim, o filho pródigo começa a percorrer o caminho de volta. Com o corpo enfraquecido e a alma abatida, ele segue sem saber se o pai vai recebê-lo. Na verdade, ele não espera ser tratado como um filho, mas ficaria feliz em ser recebido apenas como um empregado. Estar perto do pai, mesmo como escravo, era muito melhor que viver na companhia de porcos e se alimentar das sobras que os animais deixavam.
Ao aproximar-se de casa, algo inesperado aconteceu. Ainda longe, o pai o avistou. Por quê isso aconteceu? porque o pai amoroso sempre estava olhando para a estrada na expectativa de algum dia ver o retorno do filho. Ao notar que o abatido viajante era seu filho, o pai não esperou. Correu ao seu encontro, e o recebeu com um caloroso abraço. Imediatamente ordenou que ele recebesse toda as honras de um filho que estava perdido e foi achado, estava morto e reviveu. E foi grande a alegria naquela casa.
Um pecador rebelde, ingrato, que está colhendo os frutos amargos da sua transgressão, por pior que seja sua situação, ainda tem esperança. O segredo estar em arrepender-se, mostrando a realidade do arrependimento por meio dos frutos práticos que nascem de um coração transformado. Esqueça quem você foi ou o quê você fez. À sua frente existe uma nova e maravilhosa realidade, pois “… se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Cor. 5.17).
O filho pródigo voltou. E você, quando voltará?
“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém! (Romanos 11.36)
Eu sou Jenuan Silva Lira, pastor da IBBP - Fortaleza. Este foi mais um episódio de “A Semente”. Para entrar em contato, escreva para asemente@ibbp.org. Para sermões e estudos dados na nossa igreja, visite o canal da IBBP no Youtube. Tenha um bom dia na presença do SENHOR.