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E agora, filho pródigo?

“Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores.” (Lucas 15.17–19)

“E agora, José? / A festa acabou, / a luz apagou, / o povo sumiu, / a noite esfriou, / e agora, José?” O filho pródigo não tem nome, mas, se quiséssemos nomeá-lo, bem que poderíamos chamá-lo de José, isto é, o José que aparece no seu poema homônimo, escrito pelo grande poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade. Se algum dia for provado que Drummond se inspirou na parábola de Lucas 15, eu não ficarei surpreso.

Assim como o pródigo José da ficção poética, o filho pródigo na parábola do SENHOR Jesus havia chegado ao fundo do poço. A festa? Acabou! A luz? Apagou! O povo? Sumiu! A noite? esfriou! As semelhanças entre os personagens são grandes, porém o “José” da parábola termina melhor que o José da poesia. O introspectivo Drummond sabia que José havia chegado ao fundo do poço. Jesus sabia como tirá-lo de lá.

Na parábola, existe um ponto de inversão quando o enredo muda completamente de direção. Um novo mundo se descortina, e a esperança adormecida abre os olhos quando Jesus diz acerca do filho pródigo: “Então, caindo em si, disse…” Na tradução literal, segundo a língua original do Novo Testamento, essa expressão poderia ser lida assim: “Então, voltando a si”, isto é, recuperando a integridade do seu eu, voltando a pensar de forma equilibrada e sensata, recobrando o seu discernimento.

A expressão usada por Jesus é precisa e capta bem o estado de alma do filho que se rebelou contra seu pai. Ao se apartar de casa, o jovem perdeu todos os referenciais da sua existência. Ele começou o caminho de desintegração do seu ser no momento em que cortou os laços com seu amoroso pai. Ele é um filho que se envergonha de sê-lo, como se estar ligado ao pai lhe trouxesse alguma indignidade. O jovem verdadeiramente havia perdido a sanidade. Por isso, violentou a própria alma, a fim de apagar toda e qualquer semelhança com seu passado de filho. A força destruidora que tomou de assalto o coração do jovem o levou a abominar a autoridade do pai, seus conselhos sábios, sua proteção, sua provisão e seu amor.

O José de Drummond termina no escuro, qual bicho-do-mato, querendo fugir sem ter como fazê-lo, marchando sem saber para onde. Coitado! Ele havia perdido o juízo, todavia nunca caiu em si. O “José” da parábola voltou ao equilíbrio. Ele não queria continuar marchando sem rumo e faminto, enquanto na casa do pai tinha pão com fartura.

Nossa rebelião é grande demais. Ferimos o coração do Pai, desprezamos Seu amor, viramos as costas para Ele. Pare um instante? Onde você pensa chegar correndo do Pai? Não persista nesse caminho. Caia em si e corra para casa. O Pai o espera de braços abertos!

“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém! (Romanos 11.36)

Eu sou Jenuan Silva Lira, pastor da IBBP - Fortaleza, grato a Deus por completar hoje 53 anos de muitas bênçãos das mãos do Pai. Este foi mais um episódio de “A Semente”. Para entrar em contato, escreva para asemente@ibbp.org. Para sermões e estudos dados na nossa igreja, visite o canal da IBBP no Youtube. Tenha um bom dia na presença do SENHOR.