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Um pai diferente

“… Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou” (Lc 15.20).

Em Lucas 15.2, lemos: “E murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles”. Foi nesse contexto que Jesus proferiu a inesquecível parábola do pai amoroso e seus dois filhos perdidos. Manter em mente esse contexto é importante, pois, desse modo, poderemos perceber tudo que está envolvido na impressionante cena do reencontro do pai amoroso com o filho pródigo.

Se os escribas e fariseus ficaram chocados ao ver Jesus se relacionando com pecadores, imaginem quão espantados devem ter ficado com a cena desse pai, transbordando de alegria, correndo para receber o filho que lhe havia causado tanta desonra. Os detalhes que Jesus inseriu na história são verdadeiramente impressionantes. Ao dizer que o pai avistou o filho ainda longe, Jesus está enfatizando que o pai estava sempre à espera dele. A transgressão do filho pródigo havia ultrapassado todos os limites, mas a disposição do pai para perdoar era muito maior. Por isso, ele percebeu a aproximação do filho quando este ainda estava longe.

Certamente, a disposição do pai amoroso de aguardar o retorno do filho rebelde escandalizava os fariseus. Mas isso não era tudo. Assim que o pai percebeu a aproximação do seu filho, movido por compaixão, saiu correndo, abraçou-o e o beijou. Aqui, devemos ressaltar que, naquela cultura, os homens eram muito cuidadosos com sua imagem pública. Homens não corriam assim, pois isso era considerado um ato vergonhoso. Entretanto, esse pai não apenas correu em direção ao filho como o abraçou e o beijou, a despeito da condição miserável em que ele se encontrava, ainda exalando o odor fétido dos porcos dos quais ele cuidava. De acordo com a Lei de Moisés (Deuteronômio 21:18-21), um filho de vida continuamente desregrada, desafiador, que desonrava os pais e não reagia à disciplina, deveria ser trazido perante as autoridades, que poderiam condená-lo ao apedrejamento. Sendo judeu, o pai conhecia bem essa regra. Por isso, ele abraçou o filho. Se alguma pedra lhe fosse atirada, o pai sofreria o dano.

Para os escribas e fariseus legalistas, tudo isso era muito estranho. Por que o pai fizera isso? Esse filho não merecia tal recepção. Eles até concebiam a possibilidade do filho trabalhar para reparar seus erros e restituir ao pai tudo que havia destruído. Esses homens desconheciam a graça divina. Eles não entendiam a misericórdia de Deus porque se consideravam bons e merecedores da salvação. Tudo dependia do esforço pessoal. Eles tinham direito ao favor divino porque se esforçavam para cumprir a Lei de Deus.

É triste que muitos, até hoje, continuem achando que conseguirão chegar a Deus por seu próprio esforço. Pensam que a salvação é algo grande demais para ser recebido pela graça, por meio da fé em Cristo. Sem entender a justiça de Deus, acham que, por meio da sua vida moral e de suas obras de caridade, poderão alcançar a salvação ou, pelo menos, contribuir para receber o prêmio da vida eterna. Confusos pela falta de conhecimento das Sagradas Escrituras, seguem, às cegas, por diferentes caminhos propostos pelos homens, tentando encontrar aquilo que já nos foi dado tão claramente no evangelho, “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios 2.8–9)

O Pai nos recebe não pelo nosso fazer, mas pelo nosso crer… crer em Cristo!

"Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11.36).

Eu sou Jenuan Silva Lira, pastor da IBBP - Fortaleza. Este foi mais um episódio de “A Semente”. Para entrar em contato, escreva para asemente@ibbp.org. Para sermões e estudos dados na nossa igreja, inscreva-se o canal da IBBP no Youtube. Tenha um bom dia na presença do SENHOR.