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Um filho aparentemente próximo

“Mas ele respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado.” (Lucas 15.29–30)

Enquanto os fariseus e escribas ouviam acerca das atitudes, palavra e ações do filho pródigo, não apenas concordavam que a ilustração representava bem os pecadores, como também, internamente, congratulavam a si próprios, pois, não se viam em nada semelhantes aos pecadores. Mas, de repente, o enredo muda de rumo quando Jesus insere na história a personagem do filho mais velho.

Na concepção farisaica, uma das principais diferenças entre eles e os pecadores estava no aspecto da proximidade de Deus. Em outra parábola, em Lucas 18, onde fariseus e publicanos aparecem lado a lado, o fariseu sobe ao templo, que representava a casa de Deus, e, de pé, orando de si para mesmo, dizia: “ Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho” (Lucas 18.11–12). Quanto ao publicano, Jesus disse que ele ficou de longe, pois não se sentia digno de chegar tão perto da casa de Deus. Ali, em espírito de humilhação, profundamente quebrantado, o publicano sequer ousava olhar para o céu, tamanha era sua vergonha por causa dos seus pecados. Desse modo, seguindo o costume da época, para expressar a intensidade da sua tristeza, ele batia no peito, como se estivesse expressando na linguagem gestual: “Minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa!”. Sua oração era um simples e direto pedido de misericórdia, pois, diferente da eloqüência hipócrita do fariseu, esse publicano apenas dizia: “Ó Deus, sê propício a mim pecador”.

O fariseu da parábola de Lucas 18 é a cópia fiel do filho mais velho da parábola do Pai amoroso em Lucas 15. As palavras são diferentes, mas o espírito é o mesmo. Ele se acha superior ao seu irmão, a quem ele se refere apenas como “esse teu filho”, pois não quer sujar sua boca chamando-o de irmão.

O filhos mais velho passa a impressão de que, diferente do seu irmão pecador, ele tem direito ao favor do pai, pois nunca se afastou de casa. Realmente, em termos geográficos, ele estava sempre perto, mas no coração estava longe do pai. O pai é generoso, ele é mesquinho; o pai é amoroso, ele é grosseiro; o pai é perdoador, ele é justiceiro. Esse filho, embora tão perto do pai, não tinha o coração do pai. Por isso, ele não manifestava a alegria do pai ao recebe de volta aquele seu irmão que "estava morto e revivei, estava perdido e foi achado”.

É lamentável que esse filho estivesse, ao mesmo tempo, tão perto e tão longe do pai. Seu irmão estava perdido e foi achado; ele se julgava achado, mas continuava perdido. A resposta de Jesus a esses aperiente dilema encontramos no final da parábola do fariseu e do publicano, quando o Senhor Jesus afirma: “Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado” (Lucas 18.14).

Nossa melhor atitude e a melhor oração que podemos pronunciar é esta: “Ó Deus, sê propício a mim pecador”.

"Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11.36).

Eu sou Jenuan Silva Lira, pastor da IBBP - Fortaleza. Este foi mais um episódio de “A Semente”. Para entrar em contato, escreva para asemente@ibbp.org. Para sermões e estudos dados na nossa igreja, inscreva-se o canal da IBBP no Youtube. Tenha um bom final de semana na presença do SENHOR.