Listen

Description

O filho diferente do pai

“Ora, o filho mais velho estivera no campo; e, quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo.” (Lucas 15.25–26)

Os fariseus e escribas eram considerados os guardiões da honra e do respeito devidos a Deus. Eram rigorosos na observância de rituais religiosos e boas obras. Manifestavam grande piedade nos seus hábitos alimentares e até nas roupas que vestiam. Eram assíduos frequentadores do templo, observavam rigorosamente o sábado e evitavam contato com pessoas impuras. Diante dos homens, eram perfeitos; porém, aos olhos de Deus, reprováveis, pois Jesus se referiu a eles citando a profecia de Isaías que diz: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mateus 15.8–9).

A relação entre o pai e o filho mais velho não era boa, apesar do filho se orgulhar de nunca ter desobedecido a um só mandamento do pai. O pouco interesse do filho naquilo que alegrava o coração do pai fala por si só. É o que vemos, por exemplo, no seu ressentimento ao se deparar com a festa que celebrava o retorno do irmão arrependido. Essa é mais uma indicação de que ele não tinha um relacionamento saudável com o pai. Em casa, acontece uma grande festa, mas ele permanece no campo, totalmente alheio aos interesses e à alegria do pai.

Um estudo cuidadoso das palavras usadas por Lucas revela que a celebração na casa do pai foi um evento de grande porte, envolvendo toda a comunidade. Seguramente, havia centenas de pessoas naquela festa, cantando e dançando ao som de instrumentos. Evidentemente, não podemos imaginar que uma celebração dessa magnitude aconteceria sem prévio e prolongado planejamento. O pai se preparava há tempos, um novilho especial estava sendo engordado para esse propósito, a tristeza e a esperança do pai não eram segredo para ninguém. Desde que o filho partira, os olhos do pai permaneciam na estrada, pois ele antecipava o dia em que poderia vê-lo regressando. Assim, tão logo o filho pródigo chegou, sem perda de tempo, começa a grandiosa celebração, pois tudo estava preparado. A comunidade já sabia da intenção do pai e, assim que a notícia correu, todos vieram se alegrar e honrar esse pai de coração tão misericordioso.

Parece que todo mundo estava esperando a festa, exceto o filho mais velho. A razão era seu distanciamento do pai e sua repulsa pelo irmão pecador. Sendo o filho mais velho, era esperado que ele liderasse as festas familiares, especialmente as celebrações feitas em honra ao pai. De fato, a festa não era para o filho pródigo, mas, uma forma de honrar o pai. Porém o filho mais velho não via sentido em tudo aquilo. Ele tinha um espírito fariseu. Ao notar que sua casa estava inundada de alegria, no mínimo, ele deveria ter entrado, falado com o pai e compartilhado do regozijo pelo irmão restaurado. Ele não fez isso porque não honrava o pai, não sentia o coração do pai, não amava como o pai.

Na vida, passamos por situações difíceis, chegando a ser feridos e maltratados terrivelmente até por pessoas amadas. A dor do desprezo é real; às vezes, quase insuportável. Entretanto, se queremos imitar a Deus, nossa alegria não deve ser na destruição do pecador, mas na sua restauração por meio de arrependimento, confissão e perdão. Nossa maior alegria será ver o pecado vencido e o pecador restaurado. Jesus disse: “Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” (Lucas 15.10). O filho que ama a Deus tem a alegria de Deus e está pronto para conceder o perdão de Deus.

"Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11.36).

Eu sou Jenuan Silva Lira, pastor da IBBP - Fortaleza. Este foi mais um episódio de “A Semente”. Para entrar em contato, escreva para asemente@ibbp.org. Para sermões e estudos dados na nossa igreja, inscreva-se o canal da IBBP no Youtube. Tenha um bom final de semana na presença do SENHOR.