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A cegueira espiritual do bom filho

Exortando a Seus discípulos acerca do ensino enganoso dos fariseus, certa vez Jesus disse: “Deixai-os; são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco” (Mateus 15.14) Imaginar um cego guiando outro em direção ao barranco é uma cena triste. Imaginar um líder espiritual cego tentado indicar o caminho da salvação para outros cegos espirituais é aterrorizante.

O filho mais velho, como todo fariseu, na sua própria estimativa, não tinha nada de que se arrepender. Que falta ele tinha? O filho mais jovem tinha muitos pecados para confessar. Mas ele não podia ver nenhuma falha que demandasse arrependimento e confissão. Ele não se afastara de casa, trabalhou duro ao longo da vida, era uma pessoa respeitável e, aos olhos de todos, o modelo de um filho ideal. Foi por isso que o pai não conseguiu tocar em seu coração como aconteceu com o filho pródigo. Ele se achava justo e, por isso, era duro, muito duro!

O que ele não conseguia ver era que essas aparentes vantagens, na verdade, eram seu verdadeiro e maior problema. Como todo fariseu, ele era rápido em ver o argueiro no olho do seu irmão, mas não podia enxergar a trave que pendia do seu próprio olho.

A bem da verdade, histórias de pessoas semelhantes ao filho mais velho vindo aos pés do SENHOR Jesus em contrição, confessando seu orgulho e legalismo clamando por perdão são quase inexistentes no relato bíblico. Nos Evangelhos, temos apenas o caso de Nicodemos narrado por João. Um pouco adiante, encontramos o caso de Paulo de Tarso. Esses foram a exceção, infelizmente. A regra entre os fariseus, entretanto, era a completa rejeição da Pessoa e da mensagem de Cristo. Ou seja, cegueira absoluta. Pelo que lemos nos quatro Evangelhos, os fariseus, cedo, foram confrontados com a verdade vindo diretamente dos lábios de Jesus. Além do ensino oral, eles tiveram a oportunidade de ver sinais e prodígios espetaculares que autenticavam a natureza divina de Cristo. Por que não se arrependeram dos seus pecados e não abraçaram a verdade? O próprio Jesus responde em Mateus 13:14: “De sorte que neles se cumpre a profecia de Isaías: Ouvireis com os ouvidos e de nenhum modo entendereis; vereis com os olhos e de nenhum modo percebereis”.

O filho pródigo, no seu estado de rebeldia e perdição, longe de casa, não podia ver o pai, mas podia ver o seu pecado. O fiho mais velho, estando geograficamente perto do pai, se estribando na sua pretensa justiça, ocultava em seu coração a hipocrisia e não podia enxergar que estava perdido. Apesar das aparências, o filho mais velho estava em situação muito mais perigosa que o filho pródigo.

Cego é aquele que não percebe a luz; cego é aquele que não confia somente em Jesus.

"Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11.36).

Eu sou Jenuan Silva Lira, pastor da IBBP - Fortaleza. Este foi mais um episódio de “A Semente”. Para entrar em contato, escreva para asemente@ibbp.org. Para sermões e estudos dados na nossa igreja, inscreva-se o canal da IBBP no Youtube. Tenha um bom dia na presença do SENHOR.