Somente pela justiça do pai
Na epístola à igreja de Roma, Paulo, o ex-fariseu, escreveu acerca dos judeus: “Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus” (Romanos 10.3). É típico de todo legalista empreender grande esforço para estabelecer sua própria justiça a fm de não depender da justificação pela fé em Cristo. A pessoa que se julga boa faz a sua parte e descansa na própria certeza de que seus méritos são suficientes para garantir o eterno favor de Deus.
O orgulho farisaico fica bem visto na parábola do fariseu e do publicano que se encontra em Lucas 18. Na ilustração usada por Cristo, “O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano” (Lucas 18.11). Medindo-se apenas por parâmetros exteriores, o fariseu se sente justo diante dos homens e acha que o mesmo é verdade diante de Deus. Ele está esquecido do que falou o Senhor ao profeta Samuel quando este foi enviado à casa de Jessé a fim de escolher, dentre os seus filhos, o futuro rei de Israel. O Senhor disse: “Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração” (1Samuel 16.7).
Por mais incrível que possa parecer, a maneira com o filho mais velho reage à abordagem do pai passa a idéia de que ele é a única pessoa que está agindo de maneira honrosa. Seu irmão, de quem ele evita até citar o nome, que havia desperdiçado os bens da família, tinha quebrado as regras da vergonha, da honra, da decência e dos bons costumes. Todos esses eram deveres sagrados que pessoas dignas deveriam observar cuidadosamente. O filho mais velho está irado porque o pai se rebaixou a ponto de abraçar, beijar e restaurar um pecador à comunhão da família. Para ele, o pai, para agir com dignidade, deveria ter dado ao filho o que ele merecia. Existe uma lei que rege o tipo de comportamento vergonhoso manifestado pelo filho pródigo. Se o pai agisse segundo o rigor da lei, como o filho mais velho esperava, deveria, seguindo o costume da época, ter feito um funeral simbólico para esse fiho, dizendo com isso que ele havia sido definitivamente separado da família. Mais do que isso, o pai deveria estar preparado para apedrejá-lo, caso algum dia ele se atrevesse a pisar o pé em casa novamente. Era isso que o filho pródigo merecia, era isso o que seu irmão estava reivindicando: apenas que se cumpra a lei e ele receba o que merece.
Mas o pai, para a surpresa de todos e para desgosto do filho mais velho, não aplicou no filho rebelde o castigo devido. Ao contrário, além de não dar o castigo merecido, cobriu-lhe de amor imerecido. Para o filho mais velho, o pai cometeu dois grandes erros. Primeiro, agiu com com misericórdia deixando de dar o que o filho merecia. Segundo, foi gracioso, dando o que o filho não merecia.
A grande notícia do Evangelho é que Cristo morreu pelos nossos pecados. Ao derramar Seu ira sobre o Amado Filho, o Pai estava lhe dando o castigo que era nosso a fim de que pudéssemos receber a vida eterna que é dEle. Em Cristo, ficamos livres da penalidade merecida, a condenação eterna, e recebemos gratuitamente a salvação imerecida. O apóstolo Pedro diz: “… carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados” (1Pedro 2.24).
Louvado seja Deus por Sua graça para com os pecadores. Bendito seja o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
"Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11.36).
Eu sou Jenuan Silva Lira, pastor da IBBP - Fortaleza. Este foi mais um episódio de “A Semente”. Para entrar em contato, escreva para asemente@ibbp.org. Para sermões e estudos dados na nossa igreja, visite o canal da IBBP no Youtube. Tenha um bom dia na presença do SENHOR.