Entre a crença e a descrença
No capítulo nove do Evangelho de Marcos, encontramos o impressionante relato de Jesus curando um jovem possesso depois do insucesso que Seus discípulos tiveram ao tentar curá-lo. Tão logo o SENHOR Jesus desceu do monte, o pai do jovem se aproximou d’Ele e explicou seu dilema. Depois de responder a algumas perguntas de Jesus, o pai Lhe disse: “…se tu podes alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos” (Mc 9.22). A resposta de Jesus foi: “Se podes! Tudo é possível ao que crê”. Então, imediatamente, o pai do menino exclamou com lágrimas: “Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé!” (Mc 9.23–24). O homem estava dizendo: “Eu creio, mas ainda preciso de mais fé”.
Essa estranha condição de um coração no qual coexistem, simultaneamente, crença e descrença não é incomum. É tanto que o mesmo dilema também povoa o coração de Marta. Assim que se encontra com Jesus, Marta, apesar da tristeza e da dor, revela uma firme confiança no poder de Cristo, ao dizer: “… Senhor, se estiveras aqui, não teria morrido meu irmão. Mas também sei que, mesmo agora, tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá” (João 11.21–22). Nesse momento, Marta reconhece a gravidade da situação, afinal, já se haviam passado quatro dias desde a morte do irmão. No entanto, ela também declara crer que, qualquer que seja o pedido que o Filho faça ao Pai, o Pai Lho concederá. Isto é o que poderíamos chamar de crença realista, pela qual se reconhece, ao mesmo tempo, a impossibilidade humana e o poder de Deus, que não reconhece limitações.
A batalha entre a certeza da fé e a dúvida que nasce da fé insuficiente acontece dentro do coração de Marta, diante do túmulo de Lázaro. Quando Jesus ordenou que a pedra fosse tirada, Marta, que há pouco estava certa de que o Pai poderia atender a qualquer pedido do Filho, protestou dizendo: “Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias” (Jo 11.39). Marta está agindo como o pai do jovem possesso. Ela crê e não crê ao mesmo tempo. Antes da ação ousada de Jesus de mandar retirar a pedra, Marta parecia confiante. No entanto, quando chegou o momento crítico de experimentar o poder ilimitado de Deus na sua própria experiência, Marta vacilou. O teste parecia muito grande para sua fé tão pequena.
Aqui, aprendemos uma enorme lição sobre a misericórdia de Jesus, pois, nos dois casos, o SENHOR realizou o milagre, apesar da pequenez da fé. Jesus faz diferença entre a incredulidade que nos persegue, por nos acharmos fracos; e a incredulidade que nos domina, por nos acharmos fortes. A primeira aparece quando dizemos: “SENHOR, eu creio, mas eu sou tão fraco… por favor, ajuda-me a crer com mais vigor”. A segunda, entretanto, é a incredulidade da pessoa que diz: “Eu não creio nem preciso crer, porque sou forte o suficiente para lidar com meus próprios dilemas”. A pessoa que, diante de Deus, reconhece sua fraqueza recebe a misericórdia do SENHOR, porém a que se estriba na sua própria força e certeza não alcançará misericórdia.
Qual é sua condição neste momento? Se você crê que Cristo é o Salvador, todavia ainda não crê o bastante para desfrutar a certeza de salvação, você está no rumo certo. Mas precisa um passo a mais. Como o pai do jovem possesso, curve-se perante o SENHOR e Lhe diga: “SENHOR, Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé!”.
Como a Bíblia diz que a fé vem pelo ouvir, ao responder à sua oração, Deus vai encaminhá-lo a um local onde você poderá ouvir o evangelho e receber a fé salvadora. Que tal neste final de semana? Não pode se deslocar? Então, no próximo domingo, às 18h30min acesse o canal da IBBP no Youtube.
Que Deus lhe dê toda graça necessária para vencer a descrença!
“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11.36).
Eu sou Jenuan Silva Lira, pastor da IBBP - Fortaleza. Este foi mais um episódio de “A Semente”. Para entrar em contato, escreva para asemente@ibbp.org. Tenha um bom final de semana na presença do SENHOR.