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E o Verbo era Deus

Com a explícita intenção de aproximar a introdução do seu evangelho com a forma como Moisés inicia o livro de Gênesis, João abre seu livro com esta memorável declaração: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João 1:1).

Essas impressionantes e inspiradas declarações de João comunicam verdades essenciais sobre a natureza de Cristo. O escritor sagrado está declarando que o Verbo, Jesus Cristo, existia antes do princípio de todas as coisas e que, nessa condição de existência eterna, Ele estava com Deus. Isso significa que o Filho de Deus tem uma personalidade individual que não se confunde com a Pessoa de Deus, o Pai. Dizendo de outra forma, o Pai e o Filho existem separadamente. Esse fato combina com as palavras de Jesus quando afirma que o amor entre Ele e o Pai existe desde “antes da fundação do mundo” (João 17:5).

A última frase de João 1:1 é crucial para entendermos quem é Jesus e tem gerado certo debate e confusão. O que João quis dizer quando afirmou: “E o Verbo era Deus”? Antes de qualquer coisa, é preciso reconhecer que, na língua original, a expressão não pode ser traduzida de outra forma. Tal reconhecimento é essencial para que não se caia na confusão de traduzir a expressão assim: “e o Verbo era um deus”. Essa tradução reconhecidamente aceita pelas Testemunhas de Jeová, que negam a divindade de Cristo, não tem qualquer base na gramática da língua original, porém, nos pressupostos teológicos dos tradutores unitarianos, que não aceitam a revelação bíblica sobre a Trindade. Entretanto, em vez de ajudar na defesa da negação da divindade de Cristo, essa tradução cria um problema contra as crenças dos próprios tradutores, que se apegam ao fato da unicidade de Deus, contudo introduzem em João 1:1 a expressão “um deus”, com “d” minúsculo. Se fosse dessa forma, João estaria dizendo que existe mais de um Deus, e que o segundo seria uma divindade menor.

Ao dizer que o Verbo era Deus, sem qualquer artigo qualificador do vocábulo “Deus”, João está declarando que o Verbo tem a natureza divina. Esse é o significado simples da afirmação de João. É por isso que Jesus vai afirmar aos seus oponentes: “Eu e o Pai somos um” (Jo. 1:1). Não são um em termos de identidade, mas, em termos de qualidade ou natureza.

É fácil assimilar e entender tudo que as Escrituras revelam acerca da divindade de Cristo, acerca da unidade e multiplicidade da divindade? Com certeza, não. Como seria possível a seres finitos, limitados e imperfeitos o entendimento pleno do Deus infinito, ilimitado e perfeito? Só Deus entende as profundezas de Deus. Felizmente, não somos chamados para entender, porém, para crer naquilo que Deus revela sobre Si mesmo.
O que devemos reconhecer do Filho de Deus? Segundo João 1:1, devemos reconhecer que Ele é eterno, que Ele tem personalidade individual e que Ele tem a natureza divina. Exatamente por ser Deus, Jesus é capaz de perdoar pecados. Afinal, como bem perguntaram os fariseus, “Quem pode perdoar pecados, senão um, que é Deus?” (Marcos 2:7).

“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11.36).

Eu sou Jenuan Silva Lira, pastor da IBBP - Fortaleza. Este foi mais um episódio de “A Semente”. Para entrar em contato, escreva para asemente@ibbp.org. Para sermões e estudos dados na nossa igreja, inscreva-se o canal da IBBP no Youtube. Tenha um bom dia na presença do SENHOR.