A humilde, pacífica e poderosa sabedoria de Deus
Concordo completamente com o pregador inglês Charles Spurgeon quando disse, em janeiro de 1855, que, quando nos propomos a estudar a divindade, “descobrimos que nosso fio de prumo não consegue sondar sua profundidade e os nossos olhos de águia não podem ver sua altura”.
Sem dúvida, a meditação acerca da pessoa de Jesus Cristo, o Eterno Criador e Salvador, não poderá avançar com êxito, exceto se formos motivados por uma mente que está pronta a seguir a investigação, revestida de uma considerável dose de humildade.
O propósito das Escrituras não é explicar Deus, mesmo porque, se tentassem fazê-lo, a explicação ficaria acima da nossa capacidade de compreensão. A finalidade da revelação escriturística é desvendar a verdade acerca da pessoa de Cristo, a fim de que, crendo n’Ele, tenhamos a vida eterna.
Não há dúvidas de que a declaração de João “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” era um escândalo para os sábios gregos. De acordo com seus pressupostos filosóficos, a união entre o Verbo, que é espírito, e a matéria era impossível, pois, segundo eles, o espírito é bom, enquanto a matéria é má. Foi por aceitar esse errôneo dualismo que alguns mestres primitivos inventaram soluções mirabolantes para negar ou a divindade ou humanidade de Cristo. Eles consideravam confusa e irreconciliável a verdade de que em Cristo “… habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade” (Colossenses 2.9).
O nosso real problema não é que a Bíblia nos apresenta uma revelação enigmática acerca de Cristo, mas, que a nossa mente é incapaz de equacionar cada peça daquilo que nos é revelado. E, considerando que, além do problema da incapacidade, ainda temos que lidar com a soberba, muitos chegam ao ponto de rejeitar o que Deus revela acerca do Seu Filho. Olhando por esse ângulo, podemos ver a razão pela qual o apóstolo Paulo afirmou: “Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus” (1Coríntios 1.18).
Embora o conhecimento da divindade de Cristo se constitua em um imenso e humilhante desafio, não abandonemos esse incrível projeto. Deixemos as coisas ocultas com Deus e nos deleitemos nas reveladas, pois a verdade que Deus disponibiliza acerca do Seu Filho é complexa o bastante para entreter a mente mais genial, e acessível o suficiente para satisfazer o coração do crente mais simples.
Conhecer e abraçar a revelação sobre Deus é imperativo, pois Jesus disse: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (João 17.3).
Sempre que penso nisso, volta-me à memória o antigo hino que diz: “Celeste prazer é Jesus conhecer, precioso é Jesus para mim”. Eu sei… é muita ousadia minha fazê-los ouvir este que não é sequer projeto de cantor. Mesmo assim, decidi me arriscar e, nesta manhã tão especial, quis contar e cantar o quão precioso é o meu Salvador.
Você conhece a Jesus? Ele é seu Tesouro Precioso? Se não, vou orar para que você também tenha esse celeste prazer!