O amor de Cristo pelas crianças
A cena de Jesus, parando para abraçar e abençoar as crianças que os pais Lhe traziam, parece-nos familiar e natural. Entretanto, a julgar pela reação dos discípulos que tiveram de ser repreendidos por Cristo, por não terem gostado de ver o Mestre sendo interrompido pela presença das crianças, podemos ter certeza de que Jesus estava dando a elas uma atenção especial que não era comum para os padrões sociais da época.
Pelo relato dos evangelhos, fica claro que o grupo infantil era composto por crianças pequenas, pois o texto diz que elas estavam sendo trazidas por adultos. Ao perceber a aproximação das crianças e o desejo dos pais de que elas recebessem a bênção do Senhor, Jesus prontamente as tomou nos braços e as abençoou. Foi nessa ocasião que o Senhor disse: “Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus” (Mateus 19.14).
Poucos sabem, mas a história registra que, no mundo antigo, o sacrifício de crianças era um ato comum. Os cananeus, povos que moravam na terra que Deus havia prometido a Israel e que foi conquistada na época de Josué, sacrificavam seus filhos ao deus Baal e a sua esposa Astarote. Como disse um estudioso: “Os profetas de Baal eram assassinos oficiais de crianças”. Infelizmente, a situação era a mesma na Grécia e na Roma antiga. Por não conhecerem a Deus – o Autor e, portanto, o Dono da vida – o aborto era uma prática desenfreada nas civilizações passadas. Bebês com qualquer deformidade ou, simplesmente, indesejados eram deixados na floresta para serem devorados por animais ou morrerem de fome. Se fosse uma menina, o risco corrido por ela era ainda maior, pois mulheres eram consideradas inferiores. Para os adoradores de falsos deuses, a vida não tem valor, e as pessoas não são tratadas a partir da certeza de que possuem a imagem de Deus. Quem conhece o Deus Criador não intenta contra a Sua imagem impressa nas Suas criaturas.
Não há como contestar que a vinda de Cristo ao mundo e a mensagem pregada pelos Seus discípulos mudou a condição das crianças. Sabemos da história de missionários que, com o evangelho de Cristo, salvaram e ainda hoje salvam milhares de crianças da morte em todo o mundo. Onde a luz do evangelho dissipa as trevas do paganismo, as crianças são protegidas e amadas.
Jesus tinha grande amor pelas crianças, e Sua passagem pela história trouxe dignidade aos pequeninos. Infelizmente, em nossos dias, quando os homens estão cada vez mais revoltados contra Cristo e contra Sua Palavra, observamos que, lentamente, as crianças estão sendo rejeitadas e, em muitos casos, literalmente, sacrificadas. Movimentos sociais, em muitas partes do mundo, defendem que crianças que ainda estão no ventre da mãe são apenas um amontoado de células e tecidos, que, de acordo com a conveniência, podem ser descartadas. Os rituais de infanticídio não são públicos como na Antiguidade, mas nem por isso deixam de ser menos cruéis e menos repugnantes.
Que, neste Dia das Crianças, oremos por elas e lembremo-nos das palavras do rei Salomão: “Livra os que estão sendo levados para a morte e salva os que cambaleiam indo para serem mortos” (Provérbios 24.11).
Abracemos e amemos as crianças como Jesus o fez!